Retrospectiva 2000, parte V

Os filmes do ano: Cronicamente Inviável, Estorvo, Eu Tu Eles, Através da Janela, Amélia

Juliano – Então vamos passar para Cronicamente Inviável, Estorvo e Amélia?

João Mors – Não...

Daniel – Opa, anota aí que João Mors se manifestou...

João Mors – Eu não quero falar mal de ninguém...

Daniel – Pô, João, eu sou mais a favor que ninguém dessa coisa de não falar mal das pessoas, mas se você quiser pode falar mal do Bianchi, ele fala mal de todo mundo, ele não vai ficar puto.

Juliano – A gente criticou o filme umas dez mil vezes na Contracampo, mas acho que ele tem uma inegável qualidade rara: provocar discussão. Foi o único filme que provocou discussão. Mesmo que a discussão errada...

Daniel – Não, e mesmo que o olhar dele não perceba que é fascista...

João Mors – Acho que foi um filme muito mal visto.

Daniel – Eu vi um monte de gente achando que era comédia...

Juliano – A maioria das pessoas gargalhava, todo mundo gargalhava quando eu vi o filme.

Eduardo – Para mim á uma comédia.

Daniel – Eu acho que está mais para dramalhão, um drama épico. Uma tragédia, nascer no Brasil é uma tragédia.

Eduardo – E esse olhar sobre o Brasil desta forma, para mim, é cômico. Eu acho hilário.

Ruy – Diz-se que o maior mérito do Cronicamente Inviável é criar uma discussão em torno de um problema, os projetos de nação são todos questionados ali, o projeto Darcy Ribeiro de união racial, o projeto totalizador de cultura, desde o modelo da USP até os modelos vigentes de globalização...

Daniel –: E as solidariedades sociais também são todas ironizadas: caridade, Viva Rio, nada se salva. O problema do filme é esse, é que nada se salva, tudo é feito com maldade, tudo é feito com ignorância.

Eduardo – O problema é que no final, ele propõe que o Brasil não tem jeito.

Ruy – No final não, no título.

Eduardo – No final que eu digo, como resultado. A proposta do filme é esta. Acho que o Ruy tem que acabar de argumentar, mas rapidamente eu só não entendo é: num país que não tem jeito, para que o Sérgio Bianchi está fazendo cinema? Acho que ele tem que ser coerente, como era o personagem no Romance: ou você se mata, ou você desiste de pensar o país, ou você se muda. Porque se não tem jeito, não tem jeito.

Juliano – Eu acho que ele não tem jeito a curto prazo. Se você for ver, é uma questão...

Daniel – Nada tem jeito a curto prazo, é uma nação...

Eduardo – E afinal, o que é ter jeito?

Juliano – Acho que ter jeito é que as coisas funcionem a contento...

Daniel – Mas o que funciona a contento? Você acha que os EUA funcionam a contendo? Nada funciona a contendo cara... Mas para quem mora na Bolívia, o Brasil deve ser uma beleza, para quem mora em Medelín. Para quem mora no Harlem...

Juliano – Eu acho que é uma coisa a longo prazo, e uma questão de processo...

Eduardo – E ele não propõe nenhum!

Juliano – Exatamente, para mim o problema do filme é que ele diz que o Brasil é um país de merda, e ele vai ser uma merda para sempre...

Eduardo – E eu, como realizador, me excluo desta merda, e vou ficar aqui gargalhando...

Daniel – É o famoso "eu sei tudo", eu sou perfeito. Por isso, eu rio de vocês...

Juliano – E em vez de dar tapinha na cabeça, com faz a Xuxa, ele ri da cara das pessoas. Acho que é bem parecido.

Ruy – Voltando, eu acho que essa tentativa sádica de fazer cinema, um cinema que tenta provocar o espectador a cada lance é um filme que trabalha uma coisa que a gente pode chamar de "transcendência barrada". Você tenta barrar toda a transcendência de discurso, e ao barrar a transcendência de qualquer discurso, você acaba se transcendendo por ser a pessoa que vai e fala que todos estão errados. Ou seja, eu acho que mesmo ele se colocando na figura do pesquisador lá, tentando se problematizar, o que é uma coisa falsa...

Eduardo – É uma palhaçada isso que ele se coloca na figura do cara, ele zoa o caro tempo inteiro, vê o cara como diferente dele. O Bianchi era o diretor de teatro da Causa Secreta, ali ele está colocado, e no Romance na mulher que se suicida, ali ele fecha a sua proposta. Eu acho todos os filmes dele anteriores ótimos, mas que se perde no Cronicamente Inviável. Eu continuo achando uma comédia, e para rir do Brasil o Casseta e Planeta é mais engraçado.

Ruy – Eu tenho um problema em geral com a obra do Bianchi e com esse tipo de cinema que tenta trazer, pela provocação generalizada, e por uma clara estética do choque tentar criar curto circuito no espectador, fazer ele sair do estado de pasmaceira, nesse aspecto ele e o Ratinho fazem a mesma coisa, não há muita diferença. E no mais, volto à questão que eu tentava desenvolver: muito se elogiou o filme por ele levantar questões, mas isso foi num lugar muito pequeno na nossa história...

Eduardo – Eu acho que ele não gerou questão nenhuma, O Auto da Compadecida gerou muito mais...

Ruy – Ele é um filme que no Rio de Janeiro as pessoas riam por aquela ideologia de classe média "Ah, é tudo essa bosta mesmo, olha só, tudo não tem jeito..."

Eduardo – Ele não provoca nenhuma reação!

Juliano – Acho que sem querer ele legitima esta posição de "o país é uma merda, eu posso fazer o que eu quero..."

Eduardo – Não, sem querer não, muito de propósito! E digo mais, não só legitima isso, como todo o resto que ele critica sem perceber que ele está no meio, fazendo parte daquele processo. Ele tá provocando no público a mesma reação que as coisas que ele zoa, e se ele provoca a mesma reação ele não pode estar zoando, porque ele provoca a mesma coisa. Então, ele precisa no mínimo ter um olhar crítico.

Ruy – Como todo mundo que gosta de ter uma relação sádica com o espectador, ele gosta profundamente de toda essa violência social que existe, ele não conseguiria fazer um filme em que isso não existisse.

João Mors – Não se justificaria...

Ruy – Ele adora isso, acho que ele é apaixonado por essa violência.

Daniel –: Por isso Estorvo é muito mais interessante, pois é o cara perdido, sem entender onde ele está. Não consegue dar conta da realidade em que ele está vivendo, que sempre surpreende ele, e ele não consegue se colocar: quem ele é. É o extremo contraponto do Cronicamente Inviável. Neste o narrador é onisciente e de tudo ri, enquanto no Estorvo é o inverso do onisciente, ele não entende nem a si mesmo nem o mundo, não tem nem a possibilidade de rir, ao estar tão desesperado.

Eduardo – É um filme que é interessante no sentido da linguagem, como foi muito destacado, mas acho que é um filme muito mais interessante neste sentido, da ausência de respostas, mas isso não colocado como uma coisa finalizante como no filme do Bianchi, onde você diz "não tem resposta, então é tudo uma merda", não, ele diz "não tem respostas..." e não conclui nada a partir disto. A gente tem uma dificuldade de sequer saber quais são as perguntas.

Daniel – É um narrador completamente fragilizado, o oposto do Cronicamente Inviável, que é invencível.

Eduardo – Eu acho que é um filme muito interessante, apesar de mesmo assim limitado, em alguns aspectos por coisas que escapam a ele, como o fato de ser um filme visto por 5 mil pessoas que assistiu o filme no cinema. Então, quando se fala de impacto sobre qualquer coisa... Mas aí eu não quero que a gente volte, quero que continuemos a discutir estética, e que não volte a discutir exibição, mas é inegável que é um filme limitado na possibilidade de ação social.

Ruy – Além do problema da produção, acho que há um problema de subjetivar tudo, ele dá uma liberdade estética que o Ruy Guerra não consegue manter até o final, vira um filme "qualquer coisa", todas as metáforas podem ser utilizadas, acaba nada importando. Nada tem dois pesos, tudo tem o mesmo peso, e se tudo tem o mesmo peso, nada tem peso nenhum.

Eduardo – Neste sentido, eu acho que o filme tem dois problemas. Primeiro que ele investe numa linha aonde ele opta por soluções fáceis para o que seja o deslocamento na sociedade moderna. Ele mexe em questões muito interessantes como filmar em cidades completamente diferentes, usar línguas diferentes, são coisas que o filme resolve de forma brilhante. Por outro lado, investe em cenas que me desagradam profundamente onde você bota pessoas vestidas de preto com cara de maluco, "freak show" legal, como se isso criasse uma estranheza. A mim não me parece especialmente em relação ao público, que eu acho sempre importante. O público parece se distanciar do filme e dizer "ah é, muito estranho o universo em que esse personagem vive", porque ele cria uma estranheza que o separa do público, enquanto eu acho que outros caminhos seriam mais criativos para resolver isso. Eu acho muito empobrecedor você botar anões gêmeos em cena para dizer que o personagem está vivendo uma coisa estranha. Anão gêmeo era estranho no Twin Peaks. (...)

Eduardo – Mas vamos falar de outros filmes... Eu Tu Eles eu acho um filme importante. Porque ele pega duas vertentes que em primeira mão poderiam me desagradar que são: a idéia de buscar uma síntese de Brasil no sertão nordestino, em primeiro lugar, e em segundo lugar buscar isto nas pequenas relações sentimentais, emocionais, e psicológicas num grupo pequeno, de 3 ou 4 pessoas, e é um filme que se resolve na realização de uma forma surpreendente. Acho que poucos filmes me surpreenderam tanto neste ano como este.

Daniel – É um filme sobre o jeitinho brasileiro né...

Ruy – Eu acho que ele sabe dar uma lição em toda a produção que se pretende industrial brasileira, e acho que não é só a questão do jeitinho, é um filme que busca não uma identidade, mas o equilíbrio dentro da desarmonia. Neste sentido, é um filme que tenta ser mais sincrético, que diz que não existe uma relação que vá dar ao mesmo tempo segurança material, tesão e amizade para uma mulher. Em cada homem ela vai encontrar um deles, e isso é realmente bonito no filme. Que isso venha de um artista cujo trabalho anterior de forma alguma me agrada e que, salvo uma evolução muito grande, ele não vai continuar, e que esse filme tenha vindo do Andrucha Waddington e não de nenhum cineasta de esquerda ou renovador de linguagem, eu acho isso um problema no cinema brasileiro.

Juliano – Eu me surpreendi também gostando muito do filme, mas acho que boa parte das qualidades veio meio sem querer...

Ruy – Não creio não.

Daniel – É um filme que tem um puta roteiro, escrito por uma mulher...

Juliano – Mas é um filme que tem alguns problemas. É um filme populista para cacete...

Ruy – Populista é o Auto da Compadecida, que cria uma imagem de povo. Esse filme não cria uma imagem de povo, cria indivíduos que podem ser idênticos a certas pessoas do povo. Eu não acho que ele tenta dizer "o Brasil"...

Juliano – Mas ele tem uma imagem idealizada que vai de encontro ao que as pessoas querem ver, planos lindos, achar engraçado isso...

Eduardo – Mas aí eu já não acho que no cinema brasileiro também tenha como proposta se preocupar com todas as questões do Brasil em todos os filmes. Eu acho que acima de tudo, mais até do que a questão do equilíbrio, é a coisa verdadeira da tolerância que existe ali, principalmente entre os maridos. No simples fato de cada um deles se reconhecer numa limitação e reconhecer a validade de outras pessoas poderem fornecer o que eles não podem dar. Isso é muito legal. Acho que tem problemas estéticos, de fotografia, de trabalho de câmera, acho que não precisava daquilo para ser bom, mas acho que no filme, isso é menor.

Ruy – Não me incomoda, porque acho que em nenhum momento ele deixa de ser uma fábula, eu acho que esse modelo artístico de cenografia e fotografia pela primeira vez é bem utilizado pela Conspiração, retoma uma idéia de cinema artístico-industrial que desde O Cangaceiro o cinema brasileiro não tinha, de qualidade cinematográfica e conteúdo.

Daniel – Mas, então, Ruy, continuando por aí, você disse que acha o Através da Janela o melhor filme de 2000 do cinema brasileiro. Por quê?

Ruy – Junto com o Eu Tu Eles. Pela falta de uma obra prima no ano e por ser um trabalho que apesar de ter alguns problemas, ele tenta encarnar na vida do personagem um trabalho que está longe do óbvio...

Eduardo – Eu acho que a principal qualidade do Através da Janela é estabelecer uma proposta de obra dentro da carreira de uma cineasta. O que não deve ser ligado às noções complicadas de coerência e continuidade, mas sim ao fato de uma pessoa querer questionar coisas e manter este olhar. De um forma toda ligada a uma escola, através do Bernardet, etc, mas de tentar ao longo dos anos estabelecer um olhar. Se evolutivo, ou involutivo, com o passar dos anos, acho que importa menos, o que importa é a tentativa, que não se viu no cinema brasileiro dos anos 90 tirando este exemplo.

Juliano – Acho que é legal problematizar esta nova geração que está surgindo, as pessoas falam de uma geração de cineastas surgindo, mas se você for olhar a maioria coloca problemas velhos já, e neste sentido é um filme que fala da nossa geração, muito legal isso. É um filme com problemas...

Daniel – E quais são estes problemas? Acho que um problema é que as pessoas estão se ausentando da realidade...

Juliano – Mas acho que ela tanta colocar um problema de um personagem da nossa idade tentando se colocar na sociedade hoje em dia. Quais as perspectivas que o cara tem para se tornar um cidadão?

Ruy – O que eu acho que o faz um grande filme é ele apostar que se você for milimétrico na pesquisa de um personagem, você vai no extremos conectar o microscópico com o macroscópico. Você indo profundamente num personagem, você pode incorporar à sua narrativa problemas concretos da sociedade que esse vive, como violência, desemprego, que são coisas patentes no filme. E ao mesmo que ele pesquisa um outro lado, sexualidade feminina, de idosos, relação entre maternidade, vício desta relação, sob todos estes aspectos acho um filme realizado.

Daniel – Eu acho o filme bom, mas acho que ele não se resolve, ele não se define qual o lado que ele quer: essa coisa edipiana, a coisa da mulher de meia idade... Mas que queria realmente que a gente falasse de Amélia... E começa o Ruy que eu quero saber porque que não gostou...

Ruy – Não, eu não digo que não gostei. Eu diria que conhecendo o trabalho da Ana Carolina, é coerente com o que ela vinha desenvolvendo, mas ao mesmo tempo ele não acrescenta muito a quem viu o Mar de Rosas, sobretudo porque este é uma obra-prima. Ele tenta resolver a questão do nacional como o Ismail expressou brilhantemente numa entrevista, como uma relação conflituosa com o exterior, o exterior suficiente em si e as brasileiras ao não serem reconhecidas como interlocutores importantes, elas esculhambam. Agora, eu acho que tem cenas com problemas técnicos, mal realizadas, como uma cena de carruagem que tem um artificialismo não desejado, e acho que ela tem problemas de colocação de questão, a questão principal dela sobressai no filme, mas não acho que ela valha o filme inteiro.

Juliano – Eu acho que ela passa muito bem a questão de pensar o país a partir do subdesenvolvimento, que é uma coisa já tradicional no cinema brasileiro, não só em filmes como em Macunaíma ou mesmo em textos, como o Paulo Emílio colocou tantas vezes, eu acho que o filme segue nesta tradição muito bem. Eu acho que o filme coloca muito bem a questão da relação local-internacional como problemática, porque mais que uma certa elite tente fazer dela uma relação de igual para igual, ela é uma relação subordinada, e neste ponto ela chega a ser brilhante, mas acho que há momentos frouxos. Em parte porque ele não me deu respostas que eu esperava. Mas eu tenho dificuldades de dizer porque ele não me empolgou, porque eu não acho uma obra prima.

Ruy – E é um filme que elogia o histerismo como redentor, porque afinal de contas, já que a gente não pode fazer nada...

Daniel – Eu acho que não tem redenção nenhuma.

Ruy – Não que seja redenção, mas é uma solução a partir daquela realidade que existe.

Daniel – O filme tem uma solução sofrida.

Ruy – É, verdade. O Ismail fala a partir desse sentimento.

Daniel – O Ismail fala de uma forma brilhante, que é como a própria Sarah Bernardt não se sente satisfeita em si mesma, e chega aqui e fica dizendo uma coisa, que é uma frase marcante na história do cinema brasileiro, quando ela chega e diz: Que merda de país! Quer dizer, ela não aguenta esse paraíso, essa obrigação da felicidade, do ficar extasiado, então ela escancara, fala com todas as letras. Esse filme, por alguns motivos, me encantou. Eu acho que essa relação, esse rancor que a gente sente nas velhas, me fascinou. Elas são conpletamente seduzidas pelo charme da Sarah Bernardt, mas ao mesmo tempo há um tremendo rancor em não ser nada próximo, em sequer se comunicar, isso me pareceu uma metáfora do problema de comunicação muito mais sofisticada do que eu jamais tinha visto. Essa coisa de as pessoas não conseguirem se identificar de fato por serem de mundos diferentes, chegou a um nível de complexidade e sofisticação que eu nunca tinha visto. E que me impressionou pela postura amarga da Sarah Bernardt, e pela postura angustiada das velhas. E o humor com que ela encara tudo isso, que é um bom humor que é muito contrário ao bom humor do Sérgio Bianchi, porque ela se percebe completamente inserida nesse negócio, em nenhum momento ela se acha superior, o tempo todo ela está inserida, sabe onde tá... e tudo bem, vamos seguir adiante. Ela sabe a cagada que vai dar: as mulheres avacalham com a coisa, esculhambam. A gente sabe que a Sarah Bernardt vai quebrar a perna no Brasil, o que acontece da forma mais trágica, que é através de uma pequena vingança, de um pequeno ressentimento, de uma coisa mesquinha. Então na realidade é que ela vai lá, e importa um modelo brasileiro, que ela traduz o Gonçalves Dias de uma forma grotesca, e pega o nosso modelo e exibe de uma forma grotesca pro primeiro mundo pra fascinar. Quer dizer, é um filme maravilhoso: toda a luta do encontro delas é inevitável, é inevitável que a Sarah Bernardt vai sair marcada do Brasil – mas ela sai marcada pelo Brasil do estereótipo, isso é muito forte. E elas não têm como se exprimir, elas são esculhambadas. Esse não é o filme brasileiro do ano, não, esse é o filme brasileiro da década. A Ana Carolina passou 15 anos sem filmar, e cada ano que ela passou valeu a pena.

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