Cinema Marginal na Contracampo:
mecanismo de busca manual
Infelizmente, apesar de sua atualidade tecnológica impressionante, a Contracampo ainda não possui um mecanismo de busca automático a partir de palavras-chave. No entanto, não podíamos deixar passar a chance de destacar uma série de textos já publicados na revista que trataram dos filmes exibidos na mostra Cinema Marginal e Suas Fronteiras, inclusive com uma cobertura grande quando de sua edição paulista. Recordar é viver, em especial para os que estejam só tendo contato com os filmes agora, no Rio de Janeiro.
Nesta edição, fizemos um grande apanhado da Mostra em São Paulo, começando por um balanço em texto inédito de Jairo Ferreira, e críticas dos seguintes filmes: Câncer, Caveira My Friend, Crioulo Doido, A Mulher de Todos, Orgia, Perdidos e Malditos, Viagem ao Fim do Mundo, e dois que acabaram fora da versão carioca: Desesperato e Nenê Bandalho.
Dentro da pauta da votação dos mais representativos filmes brasileiros, destaque para uma entrevista antológica com Helena Ignez e Rogério Sganzerla no Pasquim.
A pauta principal foi o cinema de Ozualdo Candeias, e embora precisemos destacar os filmes da Mostra (A Margem, Aopção, A Herança, Zézero), aproveite a visita e leia a pauta toda que Candeias merece. Há ainda uma pauta especial com o relançamento do livro-síntese do movimento, Cinema de invenção, de Jairo Ferreira, com direito a textos dele.
Numa pauta que cobria a mostra de Walter Lima Jr. no CCBB-RJ, há o texto sobre o seu filme incluído na mostra Marginal, Na Boca da Noite cuja versão aliás acabou sendo o texto do catálogo da mostra. Fora isso, há uma pauta especial sobre a mostra de filmes da produtora de Sganzerla e Bressane, a Belair, de vida curta mas inesquecível.
No dossiê sobre Maurice Capovilla, foi a vez de um texto sobre seu filme O Profeta da Fome, que está na Mostra. Embora o trabalho de Capô (inclusive neste filme) esteja bem mais próximo do Cinema Novo, vale a olhada em busca das tais "fronteiras"...
Voltando à pré-história da Contracampo, encontramos um texto sobre a exibição de Orgia quando do 3º Festival Brasileiro de Cinema Universitário. Faz tempo...
Aproveitando a mostra em homenagem a Carlos Reichenbach, Contracampo dedicou sua pauta principal ao cineasta. Entre os filmes dele exibidos na Mostra, só consta Lilian M., mas tal e qual o caso de Candeias, sempre vale olhar com atenção toda sua carreira.
Se é para voltarmos ao passado, porque não descobrir que um dos primeiros textos publicados na revista lidava com um dos cineastas exibidos na mostra? É fato que a filiação de Mojica no Cinema Marginal é no mínimo complicada, mas ainda assim fica a amostra de que Contracampo anda de mãos dadas com a redescoberta constante do cinema brasileiro desde seus primeiros passos.
Eduardo Valente