Walter
Salles/Fernando Meirelles: o cinema brasileiro em casa e no exterior
Desde a volta regular da produção do cinema brasileiro como um todo, em 1994, dois filmes representaram, mais do que todos, verdadeiros fenômenos de recepção. Ambos conseguiram a um só tempo enorme atenção do público brasileiro, da crítica (muitas vezes gerando saudáveis polêmicas), dos festivais e premiações no exterior, dos mercados exteriores. São eles: Central do Brasil, de Walter Salles e Cidade de Deus, de Fernando Meirelles.
Por conta desse reconhecimento, seus diretores tornaram-se figuras centrais no painel do cinema nacional, tanto por seus trabalhos quanto por sua visibilidade, que poderia possibilitar inclusive que vários outros cineastas produzissem seus filmes. As produtoras dos dois (respectivamente Videofilmes e O2 Filmes) são duas das mais importantes no cenário brasileiro do cinema.
Por tudo isso, quisemos ouvir os dois cineastas com destaque especial, para ver o que pensam e projetam essas duas importantes figuras do cinema brasileiro atual. Como um estava envolvido com as filmagens de seu novo longa, realizadas fora do país, e o outro também viajava muito por conta da carreira do seu filme, optamos por enviar aos dois emails com uma série de perguntas onde tentamos traçar caminhos entre os temas principais da sua relação com o cinema brasileiro.