A gente veio
conversar com você para falar mais da atuação
em Signo do Caos, mas nossa primeira pergunta
não foge ao óbvio: como você conheceu
Rogério?
Eu estava em São Paulo
em 1968, quando ele fez o Bandido..., eu estava trabalhando
na época numa fábrica de tecidos de grande
sucesso da época, que estava financiando os maiores
shows do Brasil. Era o início do tropicalismo,
então eu fui chamado para lá, morava aqui
no Rio, e aproveitei para montar shows, e contratei
justamente o Caetano Veloso, foi um dos primeiros contratos
que fizeram na vida. Resultado: esse show foi um tremendo
sucesso, foi trazido todo o pessoal do tropicalismo,
com os arranjos do Rogério Duprat, que fazia
parte do show, e foi quando eu me aproximei do sartistas
que estava famosos, e um deles era o Rogério
Sganzerla, foi o nosso primeiro contato. Foi superficial,
aí fui assistir ao filme, adorei, mas eu estava
em outro campo, o musical. Mas fiquei atento, não
é? Terra em Transe tinha sido feito em
’67, estava rolando todo o movimento do cinema novo,
eu era muito amigo do Ruy Guerra e do Hugo Carvana,
Carvana era meu melhor amigo, nós éramos
amigos, porque nós estudamos juntos, estudantes
de teatro, eu fui da escola da Dulcina e ele era do
Teatro do Estudante. Aí passei a fazer as duas
coisas, no teatro Duse e no do Estudante, e ele então
foi meu companheiro dileto durante anos aí pelas
madrugadas... E ele me levou para participar das chanchadas,
e foi meu primeiro contato com o cinema. Aí o
Carvana escreveu o que seria seu primeiro filme, que
seria chamado Copacabana Zero Hora, e me convidou,
através de uma produção italiana,
para fazer o papel principal do filme. Então,
foi o primeiro momento no cinema. Aí filmei três
dias na Barra da Tijuca e fui ver o copião. Achei
tão ruim que pedi, pelo amor de deus!, para não
participar do filme, eu não queria, de jeito
nenhum (risos)... E o Carvana: "vamos lá,
você tá ótimo!", e eu, "não,
não quero, de jeito nenhum!"... Um medo
danado, rapaz!
Mas é a velha lenda,
não se deixa ator ver o copião!
Pois é, mas deixaram,
porque gostavam muito de mim, eu era bem garoto e eu
pedi para ver, né? Aí devolvi o dinheiro,
devolvi o contrato, tudo para não fazer o filme,
e olha que era do meu dileto amigo Carvana, que tinha
me dado o primeiro papel, logo na primeira oportunidade
que eu tive na vida, e aquilo ali me bateu, rapaz!...
Mas eu passei sempre sonhando em uma oportunidade em
que eu pudesse trabalhar em cinema. Isso demorou dez,
vinte anos, me meti em uma coisinha aqui, outra ali,
mas nada de especial. Um dia, eu estou aqui no Rio de
Janeiro, em frente à Líder Cinematográfica,
que era em Botafogo, e eu estava com um pequeno estúdio
de gravação, porque eu estava contratado
para fazer alguns jingles, comerciais. Aí acontece
que eu criei um grupo de músicos que se reunia
à noite, para fazer... criar coisas novas. E
eu dei a esse grupo o nome de Experiência Brasileira,
e a minha idéia era de fazer trilhas sonoras
para o cinema. Então eu saía dali, tinha
um barzinho ali em frente, ao lado da Líder e
do meu estúdio, o tal Bar da Líder, e
ali ficava todo mundo. Estava o Saraceni, o Jece Valadão,
Roberto Battalin, uma turma muito boa... E o Rogério,
isso era 1977, e eu aproveitei para convidá-lo
para ouvir o meu som. Aí ele ouviu, e me falou
"Olha, amanhã eu vou passar O Abismu,
vem ver!". Então ele passou o Abismu,
foi a primeira ou segunda vez que passou O Abismu,
e eu fui. Mas o meu contato com ele, até então,
era uma coisa, assim, apenas superficial. Aí
foi todo mundo ver o filme, e depois ele veio e me perguntou:
"Você gostou do filme?". E eu
respondi, "Magistral!". E ele viu ali
um cara que tinha visto alguma coisa naquele filme,
enquanto os outros ali não tinham visto nada...
então, por isso nossa amizade ficou maior, e
depois ele me levaria às moviolas onde estava
montado outros filmes, fui tomando amizade por ele.
E depois, eu trabalhando com João Gilberto, que
ele admirava muito. Ele participou do disco "Brasil",
com Caetano, Gilberto Gil, Maria Bethânia, e o
João...
Você sabe como nasceu
essa idéia, se o Rogério soube antes que
o João ia fazer o disco e pediu, ou foi através
do seu intermédio...?
Não, não foi através
do meu intermédio, porque justamente nesse momento
eu não estava, eu não estava nesse disco,
estava fazendo outra coisa, e só encontrei com
ele depois de feito o disco.. Até que ele foi
filmar o Nem Tudo É Verdade, e aí
me convidou para fazer uma... para aparecer no filme,
até como uma maneira de fazer amizade comigo.
Aí eu fui, filmei um dia, e ele me perguntou
"você pode voltar amanhã para filmar
um pouco mais?"... Aí fui e o papelzinho
que eu fiz lá... deu, mais ou menos, para entender
o fio da meada, entende? E eu me interessei, e pensei
"será que é por aí que
vai acontecer alguma coisa?"... E foi assim
com o Signo do Caos, foi também a mesma
coisa, ele me falou "passa amanhã lá
no Clube da Aeronáutica, porque eu estou fazendo
uns takes e queria você ali para participar de
umas cenas" (risos)... Aí, quando
filmou, chegou para mim e pediu "Será
que você não pode vir amanhã?",
e eu fui, sem saber o que estava acontecendo... E eu
fui, e ele chegou para mim e me pediu para cortar o
cabelo, porque eu estava com um cabelo grande aqui atrás,
mas aí eu disse que não, mas se eu soubesse
que era isso eu teria raspado a cabeça!... Mas
eu disse não, e aí você vê
que nesse filme quase nunca me mostram por trás,
rarissimamente, se pegar eu estou com a gola levantada.
Mas aí fomos fazendo, e eu não tive a
menor noção do que se tratava, não
sabia nada... e a coisa foi demorando, assim, uns cinco
anos...
A filmagem foi em 1997?
Olha, o ano certo eu não
sei, eu sei que durante uns cinco anos houve um dia
de filmagem aqui, outro mais adiante filmava ali, mais
tês meses e filmava mais um pouco... só
depois disso teve a preparação, porque
foram sete anos ao todo. Aí eu fui viajar, fui
fazer essa turnê na Europa e nos EUA com o João.
Quando eu voltei, me disse um amigo que o Rogério
estava adoentado, eu ainda não sabia... E eu
tinha dublado com ele menos de um mês antes de
viajar. Aí eu tentei localizá-lo aqui
no Rio, mas ele não estava no Rio. Aí
eu viajei para o Japão, e de lá eu liguei
pra ele. Liguei e ele me falou "Não,
está tudo bem... eu estou terminando a montagem,
e estou esperando você para terminar o nosso Américo
Vespúcio", o filme que nós começamos
a fazer sobre o descobrimento da América, e em
que eu interpretava o Américo Vespúcio...
Ele já tinha escrito
o roteiro?
Nós já tínhamos
filmado duas horas, sem roteiro, tudo sem roteiro...
Na hora ele me dava textos, e eu improvisava a partir
desses textos...
Filmaram isso há pouco
tempo?
Filmamos isso, foi... Olha,
foi durante as filmagens do Signo do Caos, no
intervalo. Lá no Teatro João Caetano,
eu era diretor de lá, fui diretor do teatro por
três anos, e aí consegui lá em cima
uma sala com refletores e todo o pessoal do teatro assessorando.
Criou-se um clima de nevoeiro, de navios e tudo. Fizemos
umas duas horas, tudo gravado em digital, né?
Em princípio foi isso, isso nos uniu bastante,
essa filmagem talvez tenha dado a ele também
a perspectiva para me usar mais no filme. E na montagem
eu não vi nada, só dublei partes do filme,
e mesmo assim eu vi mal, a dublagem não estava
a meu contento, não estava a meu contento...
E ele disse "não, deixa que eu sei como
você vai chegar lá".. E foi uma
surpresa para mim quando eu fui assistir no Odeon ao
filme.
É um dos protagonistas
do filme!
Pois é! E, quando chegou
na metade do filme, eu estava tão apavorado que
eu saio do cinema... saí do cinema, não
consegui assistir ao filme. Saí, não consegui
ver, juro a vocês... saí, fui lá
para aquelas ruazinhas internas da Cinelândia,
em frente ao Teatro Rival, fiquei por ali... Um pouco
sofrendo com o que vi de mim mesmo ali. Aí repentinamente
saem as pessoas do cinema, e veio um amigo meu, me dise
"Poxa, que bom!", depois o Saraceni:
"Que maravilha, você está ótimo!".
Aí eu me acalmei um pouco e perguntei "Mas
não está, assim, muito esquisito",
"não, está ótimo!".
Aí que eu fui começar a me aceitar, porque
eu estava pensando da mesma maneira do primeiro filme
que eu fiz. É que eu não consigo me ver!
Agora já me acostumei, porque eu já vi
o filme cinco vezes. Porque, terminado aqui, no Odeon,
teve um dia em que teve uma festa para homenagear o
Rogério, Rogério foi, de cadeira de rodas...
Depois do filme, eu fui levando ele, o pessoal ia para
a festa, ele olhou pra mim e disse assim: "Fica
comigo esta noite, e não te arrependerás!"...
Citando o repertório
do Nelson Gonçalves...
É, citou o Nelson! (risos).
Porque ele estava muito lúcido, lúcido
à beça... E nesses intervalos a gente
se encontrava, como amigos de bate-bola na praça...
E ele sempre com aquela gentileza dele, aquele conhecimento
do assunto de cinema, muito profundo, muita coisa, muito
bem informado também... E que eu só depois,
mais tarde, eu fui me acostumando, percebendo a profundidade...
Isso tudo ele te dando o
roteiro aos poucos...
Olha, muitas cenas nós
gravamos com som direto... Mas depois a fita se perdeu.
Do áudio?
Do áudio... Então,
nós tivemos que descobrir alguma outra coisa
que coubesse dentro daquilo que estava gravado. Outras
coisas ele mandava desenvolver, e outras eu decorava
na hora, era sempre na hora, eu não levava nada
para casa. Então, antes, é claro, assim
que ele pôde, ele conversou comigo num cantinho
e me deu a dica do que ele queria... Depois de um mês
de filmagem, mais ou menos (risos)...
Como ele te explicou? Disse
"olha, o personagem é esse" ou coisa
parecida?
Não falou nada. Só
me dizia "põe essa roupa, esse chapéu",
"diz isso aqui"...
Só falava da ação
mesmo?
Só.
Nada sobre motivações
ou coisa do gênero, então?
Nada, nada nada. Era a cena.
Fulano, fulano e fulano. O texto era esse,
"agora fala". Aí filmava, depois
pegava de lá, de cá, aí já
fazia com um texto completamente diferente, que ele
dava na hora, e enquanto armava a cena eu lia... Como
ele selecionou, isso foi um trabalho de montagem espetacular.
Foi o melhor trabalho de montagem que eu já vi,
porque era muito espaço mesmo, dois anos sem
fazer, monta aqui, monta ali... Eu fiquei satisfeitíssimo,
fiquei surpreso quando fui ver. Só pude ver o
filme em Tiradentes, porque mesmo em Brasília
eu não consegui ver. Eu assisti ao filme todo,
mas não consegui ver.
Não digeriu?...
Não, eu realmente não
consegui ver. Eu não estava presente, era uma
coisa... incrível. E sempre foi assim, eu fiz
um outro filme com outro diretor há algum tempo,
O Guru das Sete Cidades, do Carlos Binen, diretor,
e eu fiz o papel do guru. Quando terminou o filme, eu
me escondi debaixo da cadeira, eu um moça, uma
menina do meu lado, ela segurou na minha mão
e eu falei "Olha, eu vou ficar por aqui, quando
o pessoal for embora você me avisa!".
Mas nesse eu tinha mais razão, porque dublaram
minha voz para o papel do Guru, que eu estudei, fiz
até retiro espiritual para fazer. Botaram um
cara que tem uma voz maravilhosa, mas é um ator
de São Paulo, o Domício Costa... e aí
não era nada daquilo que eu esperava, e eu fiquei
envergonhado de aparecer para o público... Tem
sido uma constante!
E sobre as sessões
de dublagem, foi só necessidade de repor o som
das fitas ou algo já tinha sido pensado para
ser feito assim?
Olha, alguma parte do som direto
ficou, não foi tudo que se perdeu...
Mas tinha cenas eu já
seriam dubladas originalmente?
Algumas sim. Ficou bem feita,
a montagem eu achei formidável. A dublagem não
bate certinha, o sincronismo em algumas cenas não
existe. E eu perguntei ao Rogério se era assim
mesmo, e ele "É sim, assim mesmo".
Foi uma das últimas vezes que vi antes de viajar
para a Europa, quando eu voltei ele já estava
no hospital, lá em São Paulo. Eu fui visitá-lo,
ele estava consciente, com uma inteligência fantástica,
mas não queria abrir os olhos, não queria
falar. A Djin chegava, falava alguma coisa no ouvido
dele, "Otávio está aí,
veio do Rio para falar com você". E ele
falava comigo apertando as mãos, me tocando assim.
Foi a última coisa, aquela lembrança do
fica comigo esta noite e depois esse aperto de
mão. E depois eu perdi meu grande amigo, talvez
o melhor amigo que eu tive, me deu coisas maravilhosas
na vida, me trouxe para um caminho que eu queria estar,
que estava perdido, eu estava perdido em outros caminhos
e trabalhos. Me deu tanto prazer, tanta alegria, entende?...
E, com isso, eu cheguei a falar isso em Tiradentes,
para que todos estivessem ali naquele momento e para
que aquele filme pudesse passar, o diretor, Rogério
Sganzerla, teve que falecer, teve que se dar inteiramente,
dar a própria vida para que esse filme passasse
ali. E foi isso, ele sofreu tanto a perseguição...
a falta de compreensão da grandeza, da sinceridade,
da honestidade, da profundidade e da dignidade, que
isso abalou a saúde dele. E nunca se queixou
de nada para mim, nunca fiquei sabendo de nada, nunca
me falou, sempre na maior alegria, na maior boa vontade,
passava lá em casa de carro e me chamava para
sair com ele, depois me trazia em casa, numa gentileza...
Teve muitas diferenças
no relacionamento do Nem Tudo É Verdade para
o Signo do Caos? Porque você falou que em ambos
não teve roteiro...
É... quando eu ia para
o set, eu não sabia o que iria acontecer... mas
sabia que ia me sentir mito bem, porque era muito, muito
bom o astral da equipe. Era como se fosse uma alegria,
eu não ia trabalhar, não ia sofrer, não
tinha problema algum! Eu ia me divertir, eu ia ser bem
tratado, ser acarinhado por ele e por toda a equipe,
todo o pessoal magistralmente amigo, não é?
Então eu não sabia o que era, um pouquinho
antes de rodar ele me dava textos, que ele escrevia,
assim, em separado... Aí eu lia e ele dizia "esse
não serve não, vamos com outro, e agora
vamos filmar!". E era aí que eu ia...
entende? Ótimo! Quem maneira fantástica
de descobrir um tipo de interpretação
que eu não esperava de mim mesmo, eu não
sabia o que estava acontecendo! Ele não deixava
eu entrar numa linha, entendeu... Na hora que eu ia
dizer, ele me passava ,"Agora diz isso aqui!".
Uma coisa entrecortada mesmo...
E sem que eu tivesse decorado
totalmente o texto. Eu tinha que viver o texto, senão
não vinha uma palavra e a outra... não
vinha, não é fácil não é?
(risos) Mas eu sempre me sentia bem, sempre saía
de lá feliz, nunca saí com algum problema...
Coisa maravilhosa... Perder esse amigo é uma
coisa terrível.. Mas é como eu te disse...
Agora, você sabe que eu perdi aparentemente, mas
eu ganhei!... Ganhei, eu tenho agora mais consciência,
é como eu disse, parece que não existe
a morte. Porque agora ele está muito mais presente..
Ontem à noite, eu estava chegando em casa, e
vi um vasinho de flores roxas, lindas!, e, não
sei por que, comprei esse vasinho e levei para casa,
isso era três horas da manhã... Isso aqui
na esquina, hoje, numa lojinha ali na esquina, todas
as flores estavam bem nítidas. Hoje é
que eu vim a sacar, hoje que vim falar com vocês,
que falei com a Helena, e revi as reportagens sobre
o filme, reli seu artigo... Então eu, lendo você,
reaprendi o que estava lá, porque é como
eu... Eu tenho essa qualidade ou defeito, eu não
sei se o que estou fazendo é arte ou não,
não tenho visão crítica nenhuma...
Então, quando a Djin me deu seu texto, eu falei
"que profundidade", e como eu estava
mais raso na minha consciência do que representava
aquela obra, então serviu muito, foi uma crítica
construtiva, cheia de amor, de pontos positivos... E
acho que Rogério gostou muito. E ele está
vivo, assim como está o Vinícius, como
está o Tom, o Milton Banana, está o Rogério.
Os meus amigos agora me ajudam muito, o que eu preciso
eles fazem por mim. E não era assim, às
vezes eu brigava com eles. Mas com Rogério nunca
briguei. Rogério brigava com muita gente, não
levava pra casa, mas comigo, não sei por que,
talvez eu já estivesse prevendo que ele ia me
dar um presente, ia deixar uma herança só
porque eu era amigo. Eu passei a conviver muito mais
com Rogério depois que ele passou para a vida
do absoluto... porque ele está em toda parte,
basta eu precisar dele, conversando com vocês,
ou quando fui falar com Helena, eu via grandeza por
que ela está tomada. Ela tinha isso dentro dela,
mas não demostrava, nem botava isso no mundo
objetivo. E ele engrandeceu Helena, deu a ela tanta
inspiração, tanta vontade, tanto trabalho
realizado e realizante, que então eu acredito
muito nesse filme Luz nas Trevas, que ela quer
fazer com o roteiro dele em continuação
ao Bandido.... Agora o Signo vai para
Torino, e vai haver uma retrospectiva de toda ao obra
do Rogério na Itália. E o Bandido...
está passando todos os fins de semana em
São Paulo, num parque. Passou num dia, foi um
sucesso, passou noutro dia... E toda essa retrospectiva
da obra do Rogério foi bom também para
afirmar Helena, ela se vendo nesses filmes todos.. Tem
razão, é ícone do novo cinema brasileiro.
E isso é obra do Rogério, mesmo depois
de deixar esse mundo. Não estou falando de uma
coisa de reencarnação, espírito..
não é solução de continuidade,
é uma mudança de status. Mas não
precisa nascer noutro corpo, um clone de Rogério,
para provar que a vida é eterna. E estou ainda
aqui, espero que quando eu passar desta tenha algum
amigo para falar de mim, como eu estou aqui lhes falando
de Rogério... E, enfim, acho que é tudo
verdade!...
Ou Nem Tudo!... (risos)
Entrevista feita
em 03/03/2004 por Daniel Caetano e Ruy Gardnier
Transcrição
de Daniel Caetano
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