Caro Tiago Teixeira,
Escrevo essas linhas para agradecer
pela coluna
da edição 69, onde você presta
uma homenagem sincera a um dos grandes atores de nosso
tempo, meu pai, o tamborete Jean Baptiste de laTulipe.
Queria também lembrar que, antes de seus momentos
de glória, o tamborete teve uma juventude difícil.
Principalmente quando saiu de casa, aos 17 anos, para
tentar a carreira de ator. Sua primeira paixão
foi o teatro infantil, e em sua época, os profissionais
do ramo eram vistos com desdém. O pai de laTulipe,
inclusive, açoitou o filho com um volume do Reader's
Digest quando soube de sua idéia, mas nem assim
conseguiu tirar o pensamento fixo da mente do jovem.
Claro que eventualmente ele conseguiu um papel numa
montagem de O Pequeno Príncipe, aonde pode expor
toda sua fúria dramatúrgica para o mundo.
Inclusive para laTulipe, que estava na platéia.
O resto, como dizem, é história.
Encerro a carta com uma nota triste que passou em branco
pelos meios de comunicação em todo o mundo.
Mês passado, durante uma visita a seu país,
o tamborete veio a encontrar seu fim quando uma distraída
Wilza Carla sentou sobre ele enquanto observava o pôr-do-sol
em Ipanema. É um bálsamo para minha alma
pensar que sua última visão foi esse magnífico
espetáculo da natureza. Ele partiu como um herói.
Espero que minha carta seja publicada, pela memória
de meu pai, esse tamborete que saiu de uma marcenaria
do sul da frança para o mais alto patamar das
artes de nosso tempo. Também gostaria de vê-la
em sua revista porque tive grande dificuldade em escrever
essas linhas, uma vez que sou um aparador de canto feito
em madeira de lei.
Jean Du Bois
Le Tableau, França
Caro Colunista,
Na coluna
da edição 67 você fala sobre
como o carisma natural de grandes astros poderia ser
usado para prevenir catástrofes. Como leitor
assíduo dessa gabaritada publicação,
fiquei fascinado pela sua idéia.
Como empregado de uma grande firma de previsões
metereológicas no Maine, EUA, fiquei sabendo
da possibilidade de um grande desastre natural no sul
de meu país três meses atrás. Sua
coluna me imbuiu de um fervor sem igual e no mesmo momento
redigi um apelo ao meu presidente para que enviasse
uma tropa de choque composta por grandes figuras de
Hollywood para a Lousiana. Como se pode comprovar, meu
apelo não foi ouvido.
O departamento do governo me disse que se conseguisse
alguma coisa nesse sentido, poderia talvez tentar enviar
para o estado Ben Affleck e a Sandra Bullock. Depois
dessa resposta eu perdi as esperanças, sentei
e esperei pelo pior.
Agora é tarde, Nova Orleans foi destruída,
apesar de todas as mandingas contra o terrível
furacão. Só queria deixar claro que se
as autoridades ouvissem as idéias desse grande
pensador e gênio inigualável que é
você muitas vidas teriam sido salvas.
Obrigado, Mr. Teixeira, por dividir mensalmente (ou
quase) sua sabedoria singular conosco.
Cheers,
Muddy Waters, Maine
Tiago,
Oi meu filho, aqui é a sua mãe. Quando
é que você vai nos visitar? Tem se agasalhado?
Eu vi no jornal que a temperatura no Rio está
uma loucura, essas mudanças são péssimas
para a sua alergia. Tome vitamina C e escove aqueles
seus gatos. Sua casa está cheia de pêlos
que eu sei.
Um beijo,
Vânia Lúcia, Nova Friburgo
Caro colunista,
Sou um vigilante mascarado e achei de mau gosto, para
não dizer desrespeitoso, o tratamento dado pelo
senhor à minha classe na coluna
Batman e Tóte. Não bastasse todo o
tipo de chacota que temos que ouvir por causa das cuecas
por cima da calça, agora somos obrigados a aturar
esse tipo de ataque gratuito.
Queria deixar certas coisas bem claras aqui. Pra começar,
claro que se aventurar pelos meios políticos
é uma forma válida de tentar melhorar
o mundo, mas não é por isso que o trabalho
dos vigilantes mascarados deve ser olhado com desdém.
Quero ver quem vai ter a coragem de dizer que o nosso
trabalho de lutar contra o crime não tem nenhum
peso nessa constante luta por um mundo melhor.
Tudo bem que a maioria das prisões efetuadas
pelos vigilantes não é levada a tribunal
por falta de provas e testemunhas e que a grande maioria
de nós só faz isso pelo simples prazer
de poder esmurrar a escória da sociedade com
nossas super-força e equipamentos arrojados.
Veja bem, onde mais eu poderia testar meus shurikens
comprados a preço de ouro se tivesse que parar
de usar batedores de carteira como alvos móveis?
Mais respeito no futuro, homenzinho. Nós estamos
de olho.
O Vingador Fúccia
Montes Claros, Ribeirão Preto
TT,
Desde a primeira coluna que eu li senti uma coisa dentro
de mim. Eu te quero. Agora. Venha me pegar no colo,
me jogar no solo, me fazer mulher.
Gata Sarada RJ
Rio de Janeiro.
Tiago Teixeira
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