Hollywood, cinema especulativo


Drew Barrymore, Cameron Diaz e Lucy Liu em As Panteras: Detonando, de McG

Se é verdade que as incursões de Lucas e Spielberg pela seara do cinema "de ação", em fins da década de 70 (o primeiro com Guerra nas Estrelas, o segundo com Tubarão), começaram a mudar para sempre a cara da produção hollywoodiana, é inegável que este processo encontra-se hoje num estranho ápice onde o conceito do "blockbuster de verão" está de tal forma superdimensionado que ultrapassa até a sazonalidade do veraneio (as séries de Harry Potter e a baseada em Tolkien demonstram, ambas com lançamento sempre perto do Natal e liderança na bilheteria dos últimos 3 anos, que o maior blockbuster do ano nem sempre é o de verão). A passagem dos anos 90 para os 2000 viu uma mudança essencial no funcionamento destas produções, onde os gastos com marketing quase se equiparam aos já inchados orçamentos de produção e onde o filme aposta na combinação de uma mega-estréia com o domínio do mercado global, e suas posteriores ramificações (DVD, VHS, TV), para que números cada vez mais altos continuem fechando no azul sempre que possível. O processo, que parece hiperdimensionado à beira da explosão, encontra aquele que talvez seja seu modelo maior nos dois filmes da série Matrix lançados neste mesmo ano de 2003, uma extravagância inédita até então, e cujos resultados certamente serão estudados tanto a curto como a longo prazo (desde os ganhos e perdas do excesso de hype, que não impediu que o segundo filme da série ficasse atrás de Procurando Nemo e Piratas do Caribe na bilheteria americana de verão; até a queda de quase 150 milhões de dólares de receita interna do segundo para o terceiro filme).

Sendo este o modelo de cinema que gera maior contato com o público no mundo inteiro, é natural que nos interessemos sempre em observar suas evoluções, seus andamentos, suas respostas e relações com o público. Neste sentido, o ano de 2003 parece particularmente interessante: quase à sombra das mega-produções-Matrix com suas enormes ambições financeiras, temáticas e de ditar a moda; do épico à moda antiga com efeitos "up-to-date", com reconhecimento artístico assegurado de O Senhor dos Anéis; e dos peixinhos camaradas dos gênios da Pixar, uma série de filmes com aspirações a "blockbuster" revelam a existência de uma possibilidade interessantíssima de expressão a partir deste modelo atual. Seja na origem de suas histórias, seja na sua forma cinematográfica, seja no seu tratamento narrativo, uma série de filmes cria uma fascinante expressão "pulp" dentro do modelo hollywoodiano de mega-produção, como se estivessem sendo gastos centenas de milhões de dólares para realizar enormes filmes B. São filmes que constituiriam, à sua maneira, um equivalente moderno aos clássicos filmes das matinês dos anos 40/50; ou ainda filmes que buscam uma relação com o espectador jovem a partir, justamente, do caldeirão de informações e fontes de entretenimento típicos da vida moderna. Dentro deste conceito de produção, podemos dizer sem medo que estão hoje alguns dos melhores e mais bem resolvidos produtos cinematográficos saídos da máquina hollywoodiana de superprodução, muito mais interessantes em sua aparente despretensão do que os exemplos acima citados. Vamos aproveitar, então, para dar uma olhada mais atenta em três destes filmes, que representam três tendências distintas e complementares no panorama atual.

A "seqüência obrigatória"

Um dos postulados da produção dos blockbusters é a de que para cada megasucesso deve, obrigatoriamente, se seguir uma seqüência. Os resultados tendem a variar, indo dos filmes cujas seqüências superam a bilheteria dos primeiros filmes, aos que diluem o impacto. Analisar estes resultados é um trabalho longo e de pouco interesse aqui neste texto (embora de algum interesse histórico). O ano de 2003 foi especialmente profícuo em sequências mas, ao falarmos de "sequência obrigatória", nos interessa ver aqui os filmes cujas linhas narrativas nunca pediram uma continuação, ao contrário de exemplos como os citados acima (Harry Potter, Matrix e Senhor dos Anéis), ou Exterminador do Futuro 3. Dentre as "obrigatórias", dentro deste conceito, temos desde os exemplos "espreme o limão até onde der" (de um American Wedding ou de um Todo Mundo em Pânico 3), até o segundo número de algumas "franquias" (termo usado pelo mercado para designar estes filmes-evento), que é quando geralmente se decide quais terão continuidade de vida e quais não.

Entre estes, tivemos resultados variados que foram do fracasso de Lara Croft 2 ao sucesso de Bad Boys II (passando por X-Men 2, do qual falaremos mais adiante). Só que tanto um quanto o outro devem muito pouco ao conceito de "pulp" que queremos buscar neste texto. O primeiro é uma fracassada franquia (cujos dois filmes foram dirigidos pelos muito fracos Simon West e Jan De Bont) que tenta ser "moderna", referindo-se à linguagem dos games, sem no entanto perceber o quanto é desanimador tentar carregar ao meio do cinema aquilo que os espectadores já têm no computador de casa, sem que o produto cinematográfico tenha qualquer ganho por sua existência (neste sentido, muito melhor sucedido é o esforço auto-paródico de Robert Rodriguez em Pequenos Espiões 3-D, que assume a forma narrativa de game enquanto se refere ao cinema 3D, criando um produto híbrido, imperfeito mas curioso). O segundo é produto da grife Michael Bay que não disfarça seu desejo de produzir os filmes que ditem as tendências audiovisuais do espectador jovem enquanto, neste caso, sua violência desenfreada e irresponsável surge como parte deste contato com um espectador que se idealiza dessensibilizado a qualquer estímulo. Bad Boys II também pode ser visto como Bay exorcizando os demônios de sua tentativa de ser recebido seriamente, com Pearl Harbor. Mas, Bay parece fadado a ser "sub": se Pearl Harbor era o sub-Titanic, Bad Boys é o sub-Matrix (a comparação vale até nas diferenças de ambições entre os primeiros filmes e suas continuações).

A partir destas observações, o filme que realmente nos causa interesse neste ano é As Panteras Detonando, de McG, talvez o filme (ou podemos dizer, franquia) que mais se adequa ao conceito deste "pulp" moderno. McG cria, com sua série (mas de forma ainda mais radical nesta continuação), um liquidificador audiovisual que parece assumir, num comentário auto-referencial que parece servir a todos os filmes deste cinema recente, que o conceito de narrativa ou de história torna-se realmente desimportante quando afogado na orgia audiovisual possível nos meios de expressão contemporâneos. Em McG as cenas não são seqüências, na compreensão narrativa do termo: não parecem fazer a história evoluir, e sim existem por si mesmas, retiradas do mundo. As imagens possuem força própria, seja como paródia (as referências infinitas passam desde filmes como Pulp Fiction a Flashdance, Exterminador do Futuro 2 a Cabo do Medo, ao uso auto-consciente de personas do mundo hollywoodiano, como as de Demi Moore e Bruce Willis), seja como produto de fascínio do espectador. As Panteras de Lucy Liu, Drew Barrymore e Cameron Diaz são as verdadeiras "meninas superpoderosas", que exibem sua sexualidade junto com sua força de heroínas de ação, sem precisar abrir mão de nenhuma delas. E mais: recusam o casamento como o diabo fugindo da cruz, relegando ao macho (aqui interpretado por um Luke Wilson especialmente auto-crítico) o papel do "acompanhante"; assim como há o pai que desconhece a real identidade da filha. Feminismo de verdade é Panteras Detonando, não As Horas.

As Panteras Detonando foi muito criticado, tanto por profissionais como pelo público (sua bilheteria final foi bastante decepcionante), justamente por deixar tão às claras a regra do jogo que Hollywood propõe, mas tem vergonha. Foi o filme que realmente colocou em questão os limites da narrativa cinematográfica em 2003, que colocou nu o rei hollywoodiano do império das imagens sem significado, do excesso que equivale à ausência. Quando se precisar voltar a 2003 em busca do exemplo mais importante de discussão de linguagem e captação do mundo pós-moderno, é a Panteras Detonando que precisaremos nos referir, e não a Matrix e suas seqüências. E o mais importante é que McG faz isso tudo não montado em tal discurso, mas para se divertir muito, e buscando divertir também o seu espectador. Num mundo em que seqüências de filmes são produzidas com o único intuito de manter a máquina em andamento, só As Panteras Detonando joga limpo, do início ao fim.

O "filme B de centenas de milhões de dólares"

Num sistema onde cada vez mais se brande o slogan do "cinema é a maior diversão", é inevitável que alguns dos filmes recuperem o sabor dos velhos filmes de matinê da Hollywood clássica, onde às produções "de qualidade" eram contrapostos os seriados e os filmes de ficção ou ação desenfreada, onde os heróis e suas heroínas eram pouco mais do que projeções fantasiosas dos sonhos de aventura dos espectadores. Só que, num mundo onde os espectadores de cinema são, cada vez mais, de um nível financeiro superior, trazendo consigo um alto grau de exigência de "qualidade" tecnológica e audiovisual, fazer os filmes de matinê passou a ser um negócio de altíssimo investimento, ainda que com uma lógica de produção muito parecida. Entre os filmes deste ano houve até aqueles que se referiram diretamente a esta estética e estilo narrativo (como O Núcleo ou O Apanhador de Sonhos, não por acaso fracassos de público - que não se reconhece mais no humor mambembe nem nos clichês ficcionais não disfarçados). Mas os dois principais exemplos do ano, se estão longe de assumirem no seu marketing esta filiação a um cinema de outrora, ela está clara em suas mais profundas origens – inclusive por representarem dois dos mais clássicos gêneros do cinema-matinê. Por um lado, temos a retomada triunfal do "filme de pirata", com Piratas do Caribe (gênero que depois teria seu "produto de qualidade" com Mestre dos Mares, sendo que ambos ainda têm em comum os subtítulos gigantescos), cujo sucesso estrondoso, em grande parte fruto do boca-a-boca e não de um mega-fim de semana de lançamento, foi a surpresa do ano. O filme de Gore Verbinski (que se revela cada vez mais pau para toda obra) é inegavelmente bem sucedido no seu abraço incondicional ao cinema de diversão, tendo seu melhor momento na combinação dos efeitos digitais de última geração com o humor desenfreado da atuação de Johnny Depp, escolha felicíssima e inesperada do diretor. Mas, se foi o filme que mais sucesso fez nesta tendência, e com verdadeiras qualidades, não é o que mais nos interessa porque pouco traz de diferencial.

O filme que realmente importou em 2003 entre as produções "B" multimilionárias retoma um outro gênero caro aos anos 50, o da ficção científica apocalíptica. No entanto, o mais surpreendente em Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas foi o fato de que se esperava muito pouco do seu diretor, Jonathan Mostow; em parte pelo pouco interessante U-571, que antecedeu T3. No entanto, se fôssemos um pouco atrás na memória, poderíamos citar o muito interessante Breakdown – Implacável Perseguição, exemplar extremamente vigoroso de filme de gênero (cujos temas de perseguição por máquinas monstruosas sobrenaturais e o ambiente das estradas americanas, são retomados com força em T3), e uma rápida pesquisa no IMDB nos informa de um filme de 1989 que Mostow realiza, cujo título (Beverly Hills Bodysnatchers) já nos diz bastante de sua relação com o cinema de gênero barato dos anos 50. Mas, mesmo com este background seria difícil prever este exemplar que é disparado o mais talentoso exercício de gênero do cinema hollywoodiano recente, desde a chegada de M. Night Shyamalan.

Em T3, Mostow retoma tanto o humor ácido e cheio de auto-ironia que James Cameron já injetara na série, como aumenta radicalmente o nível de testosterona, realizando um filme realmente "raivoso", cujo parente mais próximo em termos de desespero e selvageria seria o Planeta dos Macacos, de Tim Burton. De fato, muito por conta de um cuidadoso trabalho de edição de som (na qual abundam piadas sonoras, aliás, dignas do melhor cartoon), T3 é um filme de efeito sensorial incomum, e neste ponto suas semelhanças com o filme de Burton são acentuadas – ainda mais se consideramos os finais de ambos os filmes: pessimistas, simbólicos, dolorosos. T3 é, por definição, um filme angustiado, violento, fatalista, onde o herói duvida de si mesmo porque o destino parece pré-disposto a condená-lo à derrota, não importa o quanto se esforce. Neste sentido, as leituras para além do filme são as mais óbvias, ligando o atual estado de alma norte-americano (e a sensação do inevitável ataque terrorista que viria) ao estado de alma da época do ápice da Guerra Fria (e dos filmes B), onde a invasão pelo inimigo externo parecia inevitável. No entanto, T3 deixa claro o tempo todo que as sementes desta destruição (se ela virá) são plantadas no âmago do próprio sistema bélico norte-americano – e, neste sentido, armar-se ao máximo é inútil e sem sentido.

Isso tudo posto, porém, T3 não seria tanto um exemplar digno do melhor cinema B, e sim um autêntico "filme de contrabandista" (como o Planeta de Burton) caso todas estas bolas que ele levanta estivessem na superfície, fossem o centro da discussão. Mostow, porém, é de outra estirpe, e se o filme ressoa todos estes pontos e dá vazão a todo esse subconsciente de uma época (assim como o melhor do cinema B), ele também é estruturado como pouco mais do que uma imensa sequência de perseguição, e é dela que emerge boa parte de sua força, para além de qualquer questão conteudística. Ao misturar o melhor do humor referencial com o máximo de prazer em quebrar coisas (carros, casas, robôs, etc), e ao mesmo tempo encenar a jornada incessante de um homem tentando, simplesmente, salvar a humanidade, Mostow fez o grande filme de ação de 2003, e quiçá de alguns anos mais.

Os "filmes em quadrinhos"

Depois de um longo tempo "amaldiçoados", os filmes baseados em histórias em quadrinho vivem uma renascença que remete ao Batman de 1989, mas principalmente depois do advento dos efeitos em computador de última geração, que permitiram a chegada aos cinemas (com enorme sucesso) de personagens como os X-Men e o Homem-Aranha. Agora considerados divertimento de alta qualidade (uma outra retomada que começa com Batman, no caso com o "Batman-Ano Um" de Frank Miller – aliás sendo adaptado ao cinema), os quadrinhos são vistos como fonte nobre de histórias (o que pode se ver tanto nos temas "importantes" dos dois –bons- filmes dos X-Men, ao equivocadíssimo Liga Extraordinária, baseada numa comic cheia de referências literárias, de Alan Moore). Os quadrinhos de herói, no entanto, em suas origens e em especial nas décadas de 30 a 50, eram o que de mais "cultura popular" poderia existir nos EUA. Os principais heróis da Marvel Comics, criados na década de 60, já são uma primeira geração que tenta incluir questões sociais na temática dos heróis, e é desta época que vem o herói que deu origem ao terceiro importante filme "blockbuster" do ano: O Incrível Hulk, de Ang Lee. Embora criado nesta época, a imagem do Hulk ficou mais eternizada por um outro formato essencialmente popular, o da série de TV feita com o personagem no final da década de 70, início de 80.

Ang Lee optou aqui por enfrentar o desafio de realizar o primeiro autêntico "filme de ação" da sua carreira. Convite este que certamente só chegou a seu nome por conta do sucesso americano de O Tigre e o Dragão, mas que demonstra um desconhecimento (ou coragem, e sendo o caso dos estúdios americanos, preferimos acreditar na primeira opção) da carreira anterior de Lee, marcada principalmente por filmes onde o estudo dos personagens e suas relações (principalmente as familiares) formavam o centro de atenção. Pois bem, esta junção de fatores é que permitiu que Lee fizesse este que talvez seja o mais atípico filme de ação da história do cinemão americano (onde nada atípico foi seu fracasso de bilheteria – que quase totalmente impede a possibilidade de uma continuação, o que dá um caráter ainda mais especial a este aqui, exemplar único de fato).

Por quê atípico? Basicamente porque Hulk é um filme de herói, sem herói. Em nenhum momento há, na criatura Hulk, o desejo de fazer o bem, de ser um vingador. Muito mais produto de seu tempo, do homem brincando de Deus com a ciência, representação máxima da "herança" que os pais passam para seus filhos, Hulk é muito mais um caso clínico, um mito de ordem psicanalítica, do que um "herói". Não por acaso suas matrizes (King Kong, Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Frankenstein) nada têm de heróicas. E Lee foi fiel a estas matrizes, realizando um filme que mistura ao máximo a tranqüilidade, a quietude (é o filme de ação com maiores hiatos narrativos na história recente do cinema americano - comparável só a Sinais) com uma raiva tremenda, exposta em cenas de ação selvagens e dolorosas (das quais a melhor é a briga com os cachorros gigantes) – assim como seu personagem é.

O filme de Lee é uma autêntica poesia audiovisual, que mistura à perfeição as referências modernas e quadrinescas (onde a trilha de Danny Elfman e os efeitos de quadrinização da imagem nos cortes são especialmente eficientes) com uma qualidade contemplativa tipicamente oriental (que está tanto no uso quase expressionista de alguns cenários, como a árvore e a casa de Banner, quanto em cenas como a do vôo do Hulk pelo deserto, em tudo devedora dos vôos dos samurais do Tigre e o Dragão). Muito criticado pelo suposto caráter "irreal" do efeito digital que gerou Hulk, é difícil entender como um suposto "não-realismo" (???) impediria que se notasse o mais impressionante efeito por computador jamais gerado pelo cinema, até agora: os olhos em close do monstro verde – maior expressão de pavor e irracionalidade. Além disso tudo, Hulk usa ainda poderosas (e quadrinísticas!) interpretações de Nick Nolte e Sam Elliott para fazer soar os temas da irresponsabilidade humana, do belicismo, das relações pai-filho, e até mesmo dá vazão a uma conversa entre Hulk e seu criador (Nolte) que é a mais direta referência à situação americana atual, e a Osama Bin Laden, que se viu até aqui no cinema hollywoodiano.

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Cada um à sua maneira, As Panteras Detonando, Exterminador do Futuro 3 e O Incrível Hulk são a prova de que o sistema das megaproduções de Hollywood continua sendo criticado com toda razão, pelo mundo todo, pela sua dominação econômica; mas criticado sem nenhuma razão pela suposta falta de qualidades de sua produção. Falta entender e perceber a diversidade desta produção, e acima de tudo o quanto ela permite ver do melhor que o cinema pode fazer em termos de relação com o mundo à sua volta. E falta, acima de tudo, entender que a cultura popular em suas inúmeras formas não é o sinônimo da falta de interesse crítico que alguns tentam sempre construir. Os três filmes acima nos fazem entender aspectos do nosso mundo com muito mais generosidade e novidade do que boa parte da produção "de qualidade" que, a estas alturas do mundo, ainda se tenta elogiar apesar do seu latente conservadorismo. De nossa parte, enquanto Hollywood continuar servindo como espaço de expressão de artistas e idéias interessantes como a destes filmes, nós continuaremos prestando atenção.

Eduardo Valente