Dicionário
estreantes N-R

NIEMEYER,
Alexandre
NOBLE, Nigel
OLIVAL, Nando
OLIVEIRA, Wolney
PADILHA,
José
PAES, Cesar
PAULA, Betse de
PINTO, Fabrizia
RANGEL,
Del
REIS, Vinicius
RIBAS, Walbercy
RIBEIRO, Emiliano
ROCHA, Eryk
ROLAND, Dany
RUAS, Tabajara
RUMAN, Michael
NIEMEYER,
Alexandre
(1999 Histórias do Flamengo)
Herdou do pai, Carlinhos Niemeyer, os direitos sobre seus filmes e sobre
a marca Canal 100, tradicional noticiário esportivo existente nas
décadas de 60, 70 e 80. Tentou repetir o passado, com a produção
de cinejornais ocasionais imitando o modelo antigo mas não
logrou manter a produção contínua que caracterizou
o programa. Arriscou então o formato do longa-metragem temático
e, em busca da bilheteria, escolheu o time mais querido do Brasil
para debutar. Histórias do Flamengo, então, foi feito
segundo um modelo já arcaico de narração, buscando
conquistar sua audiência pelo sabor da nostalgia. No entanto, enfileirando
clichês que simplesmente não se entrosam (Flamengo, Rio de
Janeiro, praias, verão, Bossa Nova, Ipanema nos anos 50), o filme
busca encontrar charme nas opções mais óbvias
e não consegue. Para maior azar, o filme acaba tendo sucesso justamente
no seu pior aspecto: é um registro envergonhado de uma fase de
malogro, de desorganização, mercantilismo e incompetência
que, ainda presentes, continuam levando para o fundo do poço o
clube rubro-negro. Funcionando apenas nesse registro triste que não
intencionava ter, no mais o filme não consegue encontrar um encanto
próprio nos registros esportivos e humanos que o universo retratado
permitia, nem tampouco consegue trazer à tona a alegria de ser
rubro-negro cantada pelos torcedores das arquibancadas. Portanto, resta
ver se Alexandre Niemeyer continuará buscando revitalizar a tradição
paterna e, se for este o caminho, se saberá evitar que seus
próximos filmes tenham o ar de decadente déjà vu
que toma o primeiro. (Cabe observar que a atual situação
de penúria financeira e ética do futebol carioca certamente
não lhe ajuda na empreitada). (DC)
NOBLE,
Nigel
(1999 Os Carvoeiros)
Diretor de um único filme brasileiro, o documentário Os
Carvoeiros, Nigel Noble vem de carreira internacional que inclui um
Oscar de melhor curta documentário em 1981. Mas, por mais que sua
carreira internacional seja prolífica, pouco de esperançoso
resiste após a constatação de que sua obra brasileira
tem um visual impactante, mas revela-se estéril. Dá a forte
impressão de que o diretor passou incólume pelo drama daquelas
crianças, que têm a saúde abalada pelo árduo
trabalho nas minas de carvão. Mais interessado em uma fotografia
rebuscada e em angulações pretensamente artísticas,
o diretor parece ter sido bem-sucedido em seu maneirismo. Pena que o tema
pedia muito mais do que isso. (S.A.)
OLIVAL,
Nando
(2001 – Domésticas
– o Filme)
Premiadíssimo diretor
de publicidade, Nando Olival dirige dois curtas (Um dia...E logo depois
o outro e No meio passa um trem), sendo premiado em
festivais nacionais. Trabalhando na produtora de publicidade O2, é
lá que, ao lado de Fernando Meirelles, dirige Domésticas,
uma tentativa de descrever o espaço urbano paulistano através
de um olhar sobre as empregadas domésticas da cidade. O desejo
por um certo desvendamento proto-antropológico e o humor baseado
na tipificação dos hábitos de seus "observados"
(como se estes fossem parte de alguma outra dimensão exótica
e adorável) fazem do filme não muito mais do que uma pérola
do constrangimento. Sem ter assinado qualquer trabalho solo na direção
de longas (seu primeiro e próximo projeto, Motel Love Story,
está em fase de "preparação" desde 2001)
Nando Olival aparece como uma incógnita que não suscita,
por enquanto, muitas curiosidades. (F.B.)
OLIVEIRA,
Wolney
(1999 Milagre
em Juazeiro)
Filho de Eusélio
de Oliveira, pioneiro do cineclubismo e do super-8 no Estado do Ceará
(décadas de 60 e 70), Wolney foi um dos primeiros estudantes da
Escola Internacional de Cinema e TV San Antonio de los Baños (Cuba).
Fez um média intitulado Sabor a Mi, sobre a história
do bolero na América Latina, cujo roteiro é do cineasta
Orlando Senna. Seu longa de estréia foi lançado no mesmo
ano em que também surgiram dois filmes sobre a religiosidade: Fé,
de Ricardo Dias, e Santo Forte, de Eduardo Coutinho. Ao contrário
desses dois filmes, Milagre em Juazeiro investe na reconstituição
ficcional como forma paralela de "dar vida" aos acontecimentos,
o que provocou um resultado um tanto irregular. A parte documental segue
o modelo já consagrado pelo cinema novo e que, até hoje,
mantém-se vivo no cinema brasileiro, qual seja, o de dar voz ao
"homem do povo" e traduzir os acontecimentos através
de uma análise "superior", por meio de depoimentos de
intelectuais e/ou especialistas. Nesse sentido, é nítida
a divisão que se estabelece no tratamento da própria parte
documental: câmera na mão para quem é do povo, câmera
no tripé para os "analistas". Discurso delirante dos
fiéis; análise fria e racional dos intelectuais. Opondo
as diferentes versões dadas aos milagres da beata Maria de Araújo
(Marta Aurélia) à fé popular, o filme penetra em
discussões importantes (como a relação íntima
entre a dominação religiosa e política e o preconceito
por trás do esquecimento imposto à figura da beata). Não
sendo um trabalho inquieto do ponto de vista estético, Milagre
em Juazeiro dá vários indícios positivos, mas
não chega a revelar claramente o potencial de Wolney Oliveira como
documentarista ou ficcionista, muito embora o diretor consiga criar alguns
momentos densos (nas cenas interiores representadas) e captar depoimentos
expressivos e cheios de emotividade. Wolney
está, atualmente, trabalhando em um projeto de co-produção
com Cuba sobre pioneiros da cinematografia cubana. Pretende, ainda, dirigir
uma minissérie para a televisão sobre o Padre Cícero
Romão e o Juazeiro.(LARM)
PADILHA,
José
(2002 Ônibus
174)
Antes de realizar Ônibus
174, um dos filmes que mais gerou debate e polêmica em 2002,
José Padilha, carioca de nascimento, foi produtor e roteirista
de Os Carvoeiros (dirigido por Nigel Noble, já premiado
com o Oscar), assim como coproduziu e codirigiu dois documentários
televisivos feitos na mesma linha para o National Geographic (Pantanal
Cowboys e Facing the Jaguar). Ônibus 174, documentário
discutível muito menos por sua progressão dramática
que gera tensão à semelhança – por vezes de
um thriller do que pela tentativa de fechar uma tese (ainda que o plano
final sugira uma problemática em aberto) sobre questões
que envolvem tantas partes quantas se necessita para não se poder
arriscar um argumento totalizador. O filme utiliza o evento trágico
que lhe dá título como epicentro a partir do qual buscará
o escorço de uma teia social bastante frágil na sua composição
íntima. O filme, resultado de um árduo trabalho investigativo
(em cima da montoeira de imagens, em cima dos dados que apareciam a cada
novo depoimento), realmente acrescenta visões sejam elas
insuficientes ou não ao tema, sem esgotar sua proposta na
reedição de um espetáculo mórbido que a televisão
já exaurira (apesar de alguns detratores baterem pé firme
em relação a isso). O próximo filme de José
Padilha será aguardado com interesse e hesitação
(Ônibus 174 terá sido um abrealas positivo ou fornecido
uma fórmula do dedo na ferida como fonte de ibope? Padilha insistirá
numa temática de cunho social forte, acompanhada de ensaio sociológico?
permanecerá no formato econômico/prático do digital
ou se lançará à película com anseios estéticos
renovados? voltará a fazer documentários no estilo National
Geographic?...). Por ora, só é possível especular.
(L.C.O.Jr.)
PAES,
Cesar
(2000 Saudade do Futuro)
Por dificuldades no acesso ao filme, o verbete será publicado nos
próximos dias (nde)
PAULA, Betse
de
(2001 – O Casamento de Louise, 2002 – Celeste e Estrela)
Vamos tirar logo isso do caminho: Betse de Paula fez alguns dos piores
curtas do cinema brasileiro das últimas décadas, como comprovam
em especial Léo 1313 (1997) e The Book is on the Table
(1999 – uma das mais desastradas piadas filmadas). Não se esperava
mais do que o constrangimento na sua estréia em longa. Porém,
O Casamento de Louise é um dos mais interessantes casos
do cinema nacional recente: com a linguagem da mais típica comédia
de costumes popular, o filme se usava do muito inteligente (especialmente
nos diálogos) roteiro de José Roberto Torero para conseguir
considerável graça e momentos de charme (em especial pela
interpretação iluminada de timing cômico de Dira Paes),
ainda que com trabalho audiovisual bastante tosco aqui e ali. No lançamento
comercial, foi destruído, essencialmente por propor um diálogo
com um público do cinema nacional que não mais freqüenta
o cinema (em especial não os cinemas de "arte" onde sua
distribuidora, com pouquíssimo poder de penetração,
o colocou). Com seu filme seguinte, mais uma vez Betse realiza um trabalho
desigual, mas com inúmeros momentos agradáveis e de sincero
carinho pelos seus personagens e pelo cinema (e mais uma vez contando
com Paes, excelente). Tratando de uma temática bem mais específica
(a própria realização de cinema no Brasil, tornando-o
um gêmeo nada univitelino de Samba-Canção),
resta ver com qual público ele tentará dialogar no lançamento
comercial, mas teme-se o mesmo resultado anterior. Betse de Paula aparece
como a cineasta popular de um tempo onde o "povo" não
mais vai ao cinema. (E.V.)
PINTO, Fabrizia
(1998 – Menino Maluquinho 2 – A Aventura)
Da filha de Ziraldo e sua relação com o cinema, pouco se
sabe. Apenas que, lidando com um dos grandes personagens da obra paterna,
realiza com Fernando Meirelles um filme bem menos feliz do que o original
de Helvécio Ratton. Difícil desconectar as poucas qualidades
do filme (como uma certa esperteza de linguagem que o torna muito mais
dinâmico do que o antecessor – resta saber se este não é
um dos seus problemas) do domínio da linguagem do cinema narrativo
que Meirelles iria demonstrar depois em Cidade de Deus. De Fabrizia
Pinto mesmo, enquanto não houver mais a se ver, dificilmente se
terá muito a comentar. (E.V.)
RANGEL,
Del
(1999 Contos de
Ligia, 2001 Os Cristais Debaixo do Trono)
Del Rangel realizou dois
filmes nos últimos cinco anos coisa que pode ser dita de
pouca gente no Brasil e esses dois filmes não fizeram a
menor diferença no panorama do cinema brasileiro coisa que
se pode dizer de mais gente. Seja lançando quase às escondidas
(Contos de Ligia, depois renomeado como Contos de Lygia e Morte
para a tv a cabo), seja simplesmente deixando um filme inédito,
apenas exibido sem sucesso em festivais (Os Cristais Debaixo do Trono),
Del Rangel não teve seus filmes vistos por quase ninguém.
Quem se aventurou esqueceu rápido. Originário da televisão,
onde deu atenção especialmente à teledramaturgia,
Del Rangel é mais feliz (e visto) na Rede Record, onde trabalha
como diretor artístico. Como diretor de cinema, seu percurso não
é lá muito digno de nota: seus dois longas dão nitidamente
mais atenção à perfumaria – cenografia, falsa pompa,
aparência dos personagens – do que à dramaturgia propriamente
dita. Seria Del Rangel ao menos um bom artesão? As gargalhadas
de recepção às situações mais dramáticas
de Os Cristais Debaixo do Trono são a esse respeito conclusivas:
o drama não se instala, as personagens não adquirem qualquer
densidade e os jogos psicológicos que o realizador deseja criar
se frustram todos. Sub-khouriano até a medula, Os Cristais...
faria crer que Del Rangel seria o mais novo avatar da pomposa dramaturgia
psicológica burguesa paulista do circuito TBC/Vera Cruz/Khouri.
O gênero jamais trouxe uma contribuição gloriosa à
cultura brasileira, mas pelo menos os predecessores sabiam o que faziam.
(R.G.)
REIS, Vinicius
(2002 A Cobra Fumou)
Tendo estudado jornalismo na PUC-RJ, Vinicius Reis estréia em longas
com um documentário que dá prosseguimento à série
sobre a participação brasileira na 2ª Guerra Mundial que
é realizada pela produtora BSB Cinema, e cuja primeira parte é
Senta a Pua! Vinicius faz um filme radicalmente diferente do mais
informativo (e laudatório) primeiro filme da série, e incorpora
ao assunto que retrata a própria experiência da construção
do filme (narrativa e de realização mesmo). Além
disso, tem o interesse de ir em busca não só de feitos e
fatos históricos, mas acima de tudo na experiência da guerra
que fica em cada pessoas que dela participou. Ao fazer isso, vai buscar
depoimentos tanto de generais de alto escalão em belos apartamentos,
quanto de soldados rasos que moram até hoje em conjuntos habitacionais.
Com isso, empresta enorme humanidade e riqueza ao seu retrato, conseguindo
realizar um filme que emociona sem nunca ser piegas. Como sua produção
de curtas possui tanto documentários quanto ficções,
pode-se esperar de Vinicius futuras incursões em ambos os registros.
A julgar pelo primeiro longa, as expectativas são boas. (E.V.)
RIBAS,
Walbercy
(2001 O Grilo
Feliz)
Premiado animador no meio
publicitário, Walbercy Ribas fez em O Grilo Feliz uma dos
mais bem-sucedidos filmes infantis brasileiros dos últimos anos.
Apostando num carismático personagem desenvolvido para uma antiga
campanha publicitária, Ribas consegue dar mostras estimulantes
de sua habilidade em construir um universo cativante partindo do zero
(fato raro numa cinematografia infantil que está acostumada a depender
de sucessos pré-conquistados na TV) por onde passeiam personagens
que sabem mesclar os clichês do cinema de animação
clássico (leia-se Disney) com sutis atualizações
para o cotidiano cultural brasileiro. O tom de ciranda fantasiosa (costurando
mensagens "educativas" com a beleza espontânea dos movimentos
animados) consegue alcançar alguns momentos de graça especial
apesar dos inegáveis "soluços" narrativos e técnicos
causados pelos mais de 20 anos que separaram a idealização
do filme e sua chegada às telas. A promessa de que uma sequência
do filme (O Grilo Feliz: A aventura continua) seja produzida em
breve faz com que Walbercy Ribas torne-se um nome a ser observado (entre
outros talentosos animadores brasileiros) como referencial alternativo
para um público infantil tão pouco cortejado ao longo da
história de nosso cinema. (F.B.)
RIBEIRO,
Emiliano
(1996 As Meninas,
2000 Condenado à Liberdade)
Após anos trabalhando
como assistente em diversos filmes (entre eles, O Casamento e A
Rainha Diaba) e realizar alguns curtas, Emiliano Ribeiro herdou a
adaptação de As Meninas, de Ligia Fagundes Telles,
do grande David Neves, então recém-falecido, de quem era
assistente. As Meninas, o filme, é dedicado a Neves, mas
vale dizer que exceção feita a um ou outro momento não
há nada no filme que nos faça lembrar especialmente da obra
de Neves, informação importante na medida que é difícil
sentir no filme um investimento mais pessoal da parte de Ribeiro, que
se limita a administrar com alguma competência o projeto. Seguiu-se
a ele Condenado à Liberdade, frustrado filme policial que
apesar de possuir suas ambições no retrato de uma certa
realidade nacional, não conseguia expressar bem suas idéias
nem se resolver como exercício de gênero. O que os dois filmes
apresentam em comum é uma certa falta de pulso na direção,
que parece impedi-los de se completar dentro de suas propostas. (F.F.)
ROCHA,
Eryk
(2002 Rocha
Que Voa)
Seguindo a lógica de um pensamento aparentemente desordenado e ao fluxo
de imagens oníricas, esse jovem realizador, filho do maior mito cinematográfico
brasileiro e, por que não, latino-americano debuta no longa-metragem
executando uma delicada e precisa operação. Descobrir, investigar, um
passado e um pai que ele não conheceu, através de um procedimento não-realista
(o que já diferencia seu filme da maior parte dos documentários) e sim,
filiado ao manifesto escrito por Glauber em 1971, A estética do sonho.
Vemos então uma América Latina dos anos 60 desfocada, imprecisa, circulada
pela sensação de um flash. Um flash que pretende reordenar,
reagrupar, remontar acontecimentos que estavam escondidos na memória.
Enigmas a serem codificados e recodificados através da construção de um
tempo imaginário que nega a linearidade e nasce da confluência de
imagens do passado e do momento presente. Estética que lembra os documentários-
colagem de Fernando Birri, mescla magens de arquivo, cinejornais e institucionais
cubanos, clássicos das cinematografias cubana e brasileira, além
de dialogar com a video-arte e referenciar criticamente a televisão. O
propósito é redescobrir uma tradição inserindo-a no enorme caldeirão do
mundo contemporâneo. É evidenciar os procedimentos de linguagem e relacioná-los
ao cotidiano. Estando em fase de finalização, Intervalo Clandestino
é um documentário sobre o decorrer das últimas eleições presidenciais
calcado dessa vez mais em entrevistas, de intelectuais a anônimos abordados
nas ruas. Substituindo o diálogo travado entre o tempo presente e o tempo
passado de Rocha Que Voa para o embate do presente (o governo Lula)
e o futuro, esperamos que Eryk ROcha com esse novo projeto possa dar prosseguimento
à critica e à inventividade caracteristicas de seu primeiro
filme. (E.G.)
ROLAND,
Dany (ver Bia LESSA)
RUAS,
Tabajara (com Beto SOUZA)
(2001 Netto
Perde Sua Alma)
Tabajara Ruas é um
escritor prolífico, com romances e contos muito elogiados. Roteirizou
alguns curtas gaúchos nos anos 90. Beto Souza, mais experiente
por trás das câmeras, é diretor de dois curtas: A
Morte no Edifício Império e 2075 d.C. (com roteiro
de Beto e Ruas). Ambos debutaram em longa com esta adaptação
de um dos livros de Ruas. Mas Netto Perde sua Alma, infelizmente,
não consegue superar o formato de um equivocado longa-metragem
regional, onde as pretensões épicas são a todo momento
conflitantes com o tom intimista que ameaça se impor: não
acreditamos nos arrependimentos do protagonista, e em momento algum compramos
sua ideologia. Ruas e Souza parecem muito mais interessados nos planos
gerais do pampa gaúcho, esquecendo-se de dar dimensão humana
aos personagens. As imagens resultam vazias porque existem para ratificar
o que não vemos na tela, o conflito emocional de Netto. E não
se pode perder o que jamais se possuiu. (S.A.)
RUMAN,
Michael
(2000 Os Xeretas)
Por dificuldades no acesso ao filme, o verbete será publicado nos
próximos dias (nde)
Verbetes redigidos por Alexandre
Werneck, Carim Azeddine, Cléber Eduardo, Daniel Caetano, Eduardo
Valente, Estevão Garcia, Felipe Bragança, Fernando Veríssimo,
Filipe Furtado, Gilberto Silva Jr., João Mors Cabral, Luiz Alberto
Rocha Melo, Luiz Carlos Oliveira Jr., Ruy Gardnier e Sérgio Alpendre.
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