Dario Argento:
nada mais que o essencial


Dario Argento dirige Macha Méril
em Prelúdio para Matar
1. "Arte e reflexão
de arte, cinema e reflexão de cinema" – O primeiro plano de
O Pássaro das Plumas de Cristal pode facilmente, como aliás
também podem várias outras de filmes posteriores, ser considerada
a carta de princípios do cinema de Dario Argento: um indivíduo
usando um chapéu largo e uma capa de couro escura escreve à
máquina. Terminado o trabalho, a estranha figura puxa uma folha
com um nome feminino e um endereço. Trata-se do assassino que assolará
Roma nos próximos noventa e cinco minutos do filme, e o que acabou
de escrever diz respeito a sua próxima vítima. Se existe
uma tentativa de aproximação entre os preparos do psicopata
para o assassínio da vítima (o recolhimento de certos dados,
a observação de algumas ações da moça)
e o ato da realização cinematográfica (numa primeira
ocasião a escrita do roteiro; num segundo o início de uma
decupagem, a preparação para as "filmagens") não
seria de modo algum equivocado suspeitar que esta analogia interessa e
muito a Argento: ela retornará a vários de seus filmes (A
Mansão do Inferno, Tenebre, Terror na Ópera,
Síndrome Mortal, Insônia) e se configurará
num eixo temático/narrativo fundamental de sua obra.
2. Um cinema constituído
por fluxos – No entanto são todas as cenas seguintes que revelam
ao espectador aquilo que mais importa a Argento: é a feroz perseguição
noturna numa garagem de ônibus pontuada pelos cuidados do diretor
no corte/costura formal (montagem brilhante, fotografia idem) e pela trilha
jazz de Ennio Morricone; é a distância que separa
a primeira vítima da câmera de Vittorio Storaro, uma distância
invadida por carros, prédios, calçadas e ruas de uma Roma
capturada com o nervosismo e zelo de quem está dirigindo o primeiro
filme; são as portas de vidro na galeria de arte que prendem o
escritor Sam Dalmas ao tentar socorrer a marchand Monica Ranieri,
recém violentada e esfaqueada pelo maníaco de chapéu
largo e capa de couro escura; é o incrível zoom -
dos mais belos que este limitado recurso já ofereceu - que ilustra
a alienação do protagonista ante a vastidão de uma
grande cidade enquanto procura sua namorada, desaparecida. Tendo como
princípio um cinema de imagens fortes e marcantes, são justamente
os espaços, as estruturas que os compõem e o fluxo de objetos
por entre estes que Argento busca privilegiar, que formam o centro nervoso
de uma idéia que percorre toda sua obra: de que algo - atalhos,
ligações, desdobramentos e deformações - existe
e circula por entre estas imagens. É esta a acepção
que em grande parte vem singularizando o percurso deste autor que há
mais de 30 anos traça uma obra significativa ao estabelecer um
diálogo entre a iconografia do suspense whodunit e uma duradoura
tradição da arte italiana, a ópera, com a forte presença
dos cinemas novos, de um cinema moderno que teve notável expressão
durante boa parte dos anos 60 e 70.
3. Imagem, um ponto
final; na montagem, o questionamento – Em Prelúdio Para
Matar, logo após testemunhar o assassinato da parapsicóloga
Helga Ulman, o pianista inglês Marcus Daly se dirige ao apartamento
no qual o crime ocorreu. Passando rapidamente pelo corredor que leva ao
quarto onde a vítima se encontra, Marcus nota a presença
de vários quadros, retratos que possuem apenas uma característica
em comum: um mesmo grupo de faces indistintas, disformes, que passam a
impressão de buscarem uma forma, qualquer semblante que lhes dê
uma identidade. Um desses retratos, um que revelou alguma propriedade
ausente nos outros, será o mote da investigação que
o pianista empreenderá pelo resto do filme. É esse o mecanismo
funcional, certamente o mais importante, de toda a obra de Argento: o
protagonista precisa remontar ou desconstruir uma imagem específica
relacionada a um assassinato que presenciou - uma imagem que possui algo
de ambíguo, algo que não parece resistir à lógica
que a cena testemunhada aparentemente obedece - e que acabará o
transfigurando de observador passivo a investigador. Mais do que um formalista
cuidadoso e um perfeccionista na encenação, Argento é
um pensador da forma cinematográfica, alguém que só
se interessa pelo plano bem realizado ou pelo corte mais bonito quando
por detrás destes existe um raciocínio ou a relação
entre uma causa (idéia) e seu efeito (representação
cinematográfica). Se seus personagens passam um filme inteiro problematizando
e trabalhando em cima de uma determinada imagem que em certo instante
provocou a necessidade do questionamento - de uma reação
crítica diante do mundo tal qual este se apresenta - é porque
Argento tenta ilustrar um ideal, uma filosofia e teoria de cinema na qual
acredita perseverantemente: de que uma imagem não basta, de que
é necessária sua fragmentação, de que ela
por aquilo que aparenta representar não é suficiente para
se chegar a uma verdade ou resolução (a identidade de um
psicopata, as causas que levaram determinado indivíduo a se transformar
em assassino serial etc.); enfim, de que o que particulariza o cinema
(a eterna busca de seus personagens) é justamente a montagem,
a recriação que teria como princípio fundar ligações
e conexões entre os menores detalhes - dos completamente absurdos
aos mais imperceptíveis - de uma ou várias imagens.
4. De Ennio Morricone
a Goblin, de suspiros a trovões – Ainda nos créditos
de Suspiria um narrador de voz suave relata brevemente o ponto
de partida do enredo. Sabemos de imediato quem é Susy Banyon e
porque resolveu estudar balé na academia de dança Tanz,
mas no instante em que se menciona aquilo que o espectador verá
imediatamente após os créditos a agressiva música
do grupo italiano de rock progressivo Goblin invade o áudio
e toma conta do tempo restante das legendas de apresentação.
O filme terá seu início propriamente no desembarque em Friburgo,
aonde a bailarina americana Susy chega da viagem que realizou de Nova
York à cidade alemã. O exagerado trabalho de iluminação
nesta seqüência - vermelhos, verdes e azuis extremamente saturados
- serve em grande parte como contraste para o branco (da serenidade, do
equilíbrio) do vestido de Susy, e é este o tipo de simbolismo
desenvolvido por Argento nas cenas seguintes: uma tempestade parece apontar
os transtornos e horrores que estão por vir; um passeio de táxi
cujo início remonta Edward Hopper se transformará num delírio
audiovisual que em alguns segundos passa de Jean Cocteau a Mario Bava;
a sombra assustadora que surge e desaparece no repente de um relâmpago
sugere uma pessoa empunhando uma foice; e tudo isso ocorre apenas durante
o percurso que levará a bailarina à academia de dança.
Tão logo o táxi estaciona na frente da Tanz Akademie
e Susy, ainda envolvida por um pesadelo de chuvas fortes e trovões
amedrontadores, desce do veículo para tentar algum contato. Neste
mesmo instante uma outra moça sai de dentro da academia e começa
a berrar ao interfone presente no hall de entrada. Por conta de diversos
trovões e do forte barulho de chuva Susy não conseguirá
escutar aquilo que a garota berra (lembrando bastante o que a trilha do
Goblin faz à narração que acompanha os créditos),
e quando esta aparece morta mais tarde surge a necessidade de resgatar
este algo que não foi ouvido, que não tomará forma
antes de Susy acionar o mecanismo da montagem (desconstrução
e recriação), novamente primordial no que dá prosseguimento
à narrativa e às pesquisas formais que tanto interessam
Argento. Pois como em A Conversação de Francis Ford
Coppola e posteriormente Um Tiro na Noite de Brian De Palma, em
Suspiria é a aliança entre som e imagem que percorrerá
a busca de Susy por uma verdade, por um detalhe que tenha passado despercebido
no que testemunhou ao chegar à academia e que talvez revele algo
referente ao assassinato da moça que viu berrando. Não é
coincidência que esta seja a segunda vez que Argento trabalha com
o rock agressivo dos Goblin: à trilha sonora é conferido
o importantíssimo papel de depurar e realçar elementos cênicos
e imagéticos presentes nas memoráveis cenas de assassinato,
exemplares únicos do cruzamento de coreografias dignas de filmes
musicais com a plasticidade do horror mais exagerado e artificial (novamente
a influência de Bava). Se como disse o diretor em entrevista recente
as trilhas compostas por Ennio Morricone destacam o pavor e o medo das
vítimas, as trilhas de Goblin (para este filme mas também
as de Prelúdio Para Matar, Tenebre e Insônia)
celebram justamente os assassinos e seus assassinatos contrastando sons
estridentes com vozes sussurrantes, construindo uma sensação
de descontrole e desespero através de diversas nuances. É
a partir desta associação com os Goblin e de mudanças
radicais na sua obra que, com Prelúdio Para Matar em 1975
e Suspiria em 1977, Argento passa de um aprendiz esforçado
dos thrillers de Mario Bava e Alfred Hitchcock - e do Fritz Lang
de Os Mil Olhos de Dr. Mabuse - para a posição de
"maestro" de um terror inequivocadamente italiano, esteticamente requintado
e renovador do gênero esboçado por, entre outros, Roger Corman
e Terence Fisher.
5. As "Três
Mães" e todas as mães; óperas e traumas, essências
de um cinema – Definitivamente não é coincidência
que um dos filmes de Argento se chame Trauma e que sua trama remonte
a de Prelúdio Para Matar. Se geralmente é dito que
Argento alcançou sua maturidade artística no intervalo entre
este filme e Suspiria é em grande parte porque as pesquisas
formais rascunhadas nos seus três primeiros trabalhos (O Pássaro
das Plumas de Cristal, O Gato de Nove Caudas e Quatro Moscas
no Veludo Cinza) são radicalizadas e resultados mais interessantes
são alcançados. Mas o que de fato tanto Prelúdio
Para Matar quanto Suspiria possuem de relevância em comparação
aos trabalhos anteriores é que existe pela primeira vez um real
investimento de Argento numa série de temas que posteriormente
se transformam em pontos recorrentes do resto de sua obra: a influência
nefasta das ações de uma mãe na vida de seu filho,
o choque que perseguirá este pelo resto de sua vida e as conseqüências
que surgirão futuramente. Esta resposta ao passado toma forma na
série de assassinatos que acabarão envolvendo o protagonista.
Influência óbvia da ópera italiana, esta tematização
do trauma infantil e da relação tempestuosa entre um filho
e sua mãe ganha contornos inacreditáveis em Phenomena:
Jennifer Corvino - uma jovem americana sensitiva que vai para a Suíça
estudar no internato feminino Richard Wagner por conta do relacionamento
conturbado que tem com seus pais - investiga uma série de mortes
que andam ocorrendo usando da capacidade que possui de se comunicar com
insetos. Durante o percurso que o espectador segue com a jovem algumas
das mais belas cenas já filmadas por Argento vão se revelando
de pouco a pouco, como a perseguição numa floresta ao som
de "Flash of the Blade" da banda Iron Maiden e o uso que o cineasta
faz das paisagens suíças. Mas é na conclusão
que fica clara a intenção do autor em reunir os melhores
momentos de Suspiria e Prelúdio Para Matar ao mesmo
tempo em que subverte o mito de Édipo e Alfred Hitchcock: Jennifer
descobre que o assassino é uma deformada criança psicopata
e que sua mãe - a coordenadora do internato - encobriu os atos
de seu filho matando várias das colegas de Jennifer. Certamente
o mais escandaloso e idiossincrático dos filmes de Argento, Phenomena
marca outro momento crucial de sua carreira, reunindo os temas trabalhados
em todos filmes anteriores ao mesmo tempo em que renova estética
e formalmente sua obra (desta vez, a influência é o expressionismo
e o realismo fantástico) e amplia seu interesse em formatos narrativos
diferentes do giallo.
6. Nouvelle Vague,
Antonioni e ainda a presença da ópera: Argento, cineasta/crítico
– Sem dúvida é o Antonioni de Blowup - Depois Daquele
Beijo que antecede Argento no tema da busca e reconstrução
da imagem, mas é também a influência de Antonioni
que se observa na adoração de Argento por composições
e cruzamentos entre a arquitetura urbana mais moderna e a geografia européia
de outrora: em Suspiria temos o aeroporto de Munique, a praça
Königsplatz e a Tanz Akademie; em Prelúdio
Para Matar a recriação do bar da pintura Nighthawks
(Hopper outra vez) ao lado de gigantescas esculturas numa praça
de Turim e a "villa del bambino urlante"; em Tenebre
a praça onde o empresário e agente Bulmer é assassinado
e uma casa explorada pela grua Louma num inesquecível plano-seqüência;
em O Pássaro das Plumas de Cristal a galeria de arte com
suas portas de vidro e belos pedaços da geografia romana (praças,
avenidas, construções, garagens etc.); em O Gato de Nove
Caudas o instituto Terzi, as ruas e avenidas de Roma numa perseguição
de carro e um bar instalado na cobertura de um prédio onde Anna
Terzi e o jornalista Carlo Giordani conversam; e obviamente os teatros
de ópera, presentes em Quatro Moscas no Veludo Cinza, Prelúdio
Para Matar, Terror na Ópera, Um Vulto na Escuridão
e Insônia. Trata-se de algo que Argento trouxe de inédito,
esta necessidade de tirar a câmera dos estúdios, de explorar
espaços públicos e de tentar instaurar o terror em ambientes
abertos e amplos, de se livrar do império das máquinas pesadas
e das dollys para trazer à criação do suspense
o nervosismo da câmera de mão. É desta maneira que
o cineasta traz uma abordagem despojada e jovem a um gênero que
até então só era trabalhado a partir de um modelo
classicista perpetuado na literatura e nos filmes, uma modernização
que não abandona ou despreza seus precedentes mas os reinventa,
e certamente o gosto de Argento pelo emprego de uma iluminação
repleta de excessos e sutis significados, assim como a preferência
pelos movimentos rebuscados da câmera, não mente: ao mesmo
tempo em que se põe na contramão desta tradição
é altamente influenciado pela mesma. São nestes aspectos
que o jovem cineasta e ex-crítico de cinema do jornal Paese
Sera revela a influência dos tempos em que testemunhava em conjunturas
bastante próximas a novidade da nouvelle vague e a ascensão
de um certo Sergio Leone, cineasta operístico por excelência
e o primeiro a perceber seu potencial quando em 1968 o convida para trabalhar,
junto com Bernardo Bertolucci, no roteiro de Era Uma Vez no Oeste.
O gosto pelo espetáculo e a forte influência de um período
em que a crítica cinematográfica defendia uma série
de renovações formais e ideológicas no que era produzido
então: Argento é este paradoxo da união de ideais
tão distintos.
7. ... E mesmo
com todos os horrores uma grande fé resiste; ao mundo o direito
de ser mundo – Até aqui já se discutiu sobre estética,
formatos narrativos, Argento como um pensador da forma, seu estilo, suas
predileções temáticas e como todas estas características
formam um cinema ou uma idéia de cinema. Mas se chegamos a apenas
uma conclusão, a de que Argento possui um olhar peculiar e pensa
muito bem os elementos que constroem esse olhar, então de nada
serviu tudo o que já emulamos até agora se não é
feita uma pergunta conseguinte: e como este cinema se relaciona com o
mundo, como diante deste o autor posiciona sua câmera? Apesar dos
epílogos de A Mansão do Inferno, Tenebre e
Síndrome Mortal possuírem um certo pessimismo, o
que permanece em outros filmes é a tentativa - ainda que esta venha
carregada de pequenas ambigüidades -, a vontade de restaurar o credo
de que há beleza no mundo, que existe algo a se esperar de positivo
e que as coisas, boas ou más, acabam seguindo seu caminho. Mesmo
que existam piscinas de corpos putrefatos (Phenomena) e crianças
que cravam agulhas em lagartixas (Prelúdio Para Matar)
existe também uma praça em Turim, borboletas, a vastidão
das paisagens suíças, a natureza, um amigo bêbado,
a beleza de uma estátua, os animais, conversas noturnas, uma chuva
que encarde e outra que purifica, corridas de táxi, a arquitetura
italiana, os teatros de ópera; existe enfim o mundo, esta partícula
imutável que permanece mesmo durante o trânsito dos maiores
males. De Brancas-de-Neve (Susy em Suspiria, Jennifer em
Phenomena e Betty em Terror na Ópera) a homens da
arte (Sam Dalmas em O Pássaro das Plumas de Cristal, o baterista
Roberto Tobias em Quatro Moscas no Veludo Cinza, Marcus Daly em
Prelúdio Para Matar, o escritor Peter Neal em Tenebre
e a seu modo o inspetor Moretti em Insônia), existem pormenores
nos personagens de Argento - o controle e a loucura, uma série
de virtudes mas também de problemas - que justificam uma valorização
do humano, e é justamente na nota de rodapé que Argento
mostra a que veio: o que ganha eco ao final de O Gato de Nove Caudas
não são as lamúrias do assassino mas a voz da sobrinha
do ex-jornalista Franco Arnò berrando "Cookie, Cookie!", tornando
claro que após um período de violência a ordem se
restitui; o que é refletido na poça de sangue em Prelúdio
Para Matar não são os ressentimentos da ex-atriz Martha,
autora dos assassinatos, mas a expressão deprimida - pela morte
de seu amigo Carlo, por testemunhar o assassinato de inocentes, por ter
acabado de perder seu labor ao levar uma machadada no braço e por
ter precisado matar o assassino a quem buscava - de um Marcus que chega
ao fim de uma jornada violenta e transtornada apenas para perceber que
o mundo à sua volta ainda é o mesmo e ainda assim não
será mais o mesmo; quem sai da Tanz Akademie ao final de
Suspiria não são os devotos de Helena Marcus mas
uma Susy transformada, pronta para encarar novamente o mundo após
a série de incidentes ocorridos desde sua chegada à Alemanha;
quem consegue firmar um reencontro com a natureza ao final de Phenomena
não é Frau Bruckner nem seu filho psicopata mas é
a mesma Jennifer que no início do filme não deixou que matassem
uma abelha e que ao final se reencontra com a chimpanzé Inga, o
único resquício de sua amizade com o falecido professor
John McGregor; e é este mesmo reencontro com a natureza e com o
mundo que figurará de maneira definitiva em Terror na Ópera,
no momento em que a jovem cantora Betty se joga no gramado e diz que não
se interessa mais pelas coisas que não sejam deste mundo, que só
lhe interessa as árvores, os animais, a grama, uma borboleta ou
ajudar uma lagartixa presa sob um graveto que talvez represente um acerto
de contas com Prelúdio Para Matar e com a fúria,
com a angústia presente em outros filmes. Punição
e redenção, pecado e renovação; Argento -
italiano e católico, filho da ópera, de Luchino Visconti
e Sergio Leone mas também de Orson Welles, Fritz Lang e Alfred
Hitchcock - é dos poucos cineastas capazes de mostrarem que não
é necessária uma distinção entre crença
no mundo e crença no cinema (Brian De Palma é outro que
vem em mente), que fazer cinema pode ser uma maneira de construir uma
visão de mundo. É a eterna busca pela forma que seja o seu
próprio conteúdo que talvez melhor ilustre o que nos interessa
em Dario Argento.
Bruno Andrade
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