6) Quem faz cinema novo

"...o Clube Cinema Novo que, de meses para cá,
passou a existir no Rio de Janeiro..."
(Maurício Gomes Leite)

NELSON PEREIRA DOS SANTOS
Nascido em 22 de outubro de 1928 em S. Paulo. Atividades em S. Paulo e no Rio. Advogado. Assistente de direção (Rodolfo Nanni, Alex Viany, Paulo Wanderlei). Montador. Produtor (O Grande Momento)

Filmes:
1949 Juventude (documentário em 16mm)
1950 Documentário inédito sobre atividades políticas em S. Paulo.
1954/5 Rio, Quarenta Graus.
1957 Rio, Zona Norte.
1958/60 Documentários curtos para Jean Manzon e I. Rozemberg.
1960 O Boca de Ouro.
1961 Mandacaru Vermelho.
1963 Vidas Secas.
1964/5 Um Moço de 71 anos, Machado de Assis, Fala, Brasília (documentários).

Nelson: fundou o cinema novo. Sempre funcionou em perfeito sincronismo com a realidade cinematográfica brasileira inspirando-se não só em temas como num estilo cinematográfíco atualíssimo. Obra variada.

Rio, Quarenta Graus Estilo semi-neo-realista que peca por certa falta de unidade e excesso de ambição em abarcar de uma só vez a realidade do Rio de Janeiro. Estilo à parte, sente-se certa influência do próprio cinema brasileiro (da chanchada também conforme demonstra o tipo de "deputado" nordestino e a ação de que participa) e que lhe confere uma das chaves para desvendar um possível "estilo brasileiro", defeituoso às vezes, mas autêntico, autônomo e digno de pesquisa e desenvolvimento, coisa que o próprio Nelson tentou retomar em Boca de Ouro.

Rio, Zona Norte Neo-realismo. Zavatini e De Sica transpostos para o Brasil. Obra una e madura.

Mandacaru Vermelho Retorno às pesquisas de autenticidade. Rascunho de Vidas Secas.

Boca de Ouro Retorno ao Rio suburbano. Obra desprezada que contém chaves para a definição da escola cinematográfica brasileira.

Vidas Secas Clímax. Fim de uma fase de busca. Nelson Pereira dos Santos é pacato, silencioso, e sobretudo observador. Tem profundo senso de interpretação. Sua característica básica são as evasivas pelas quais se revela insuperável em discussões ou debates. Sente-se nele certa nostalgia pelo cinema velho brasileiro do qual e a ponte de ligação com o cinema novo. Sua formação cultural como sua obra parece ter, portanto, duas etapas.

GLAUBER ROCHA
Nascido a 14 de março de 1938 em Vitória da Conquista, Bahia. Educado em Salvador, Bahia. Atividades em Salvador e no Rio de Janeiro. Curso de Direito, interrompido. Jornalismo (crítica de cinema). Coordenador da produçao de A Grande Feira.

Filmes:
1958 Pátio (curta-metragem).
1959 Cruz na Praça (curta-metragem inacabado).
1961 Barravento (longa-metragem).
1963 Deus & o Diabo na Terra do Sol (longa-metragem).
1965 Terra em Transe (em preparo).

Glauber Rocha, Força da Natureza, é por certo, o inverso proporcional de Saraceni. Sua cultura vive impulsionada pela seiva de seu talento, e de sua força interior.

Profundamente chegado às coisas da cultura brasileira (literária) e um apaixonado de certo tipo de cinema estrangeiro. O cinema brasileiro não exerceu influência sobre ele. Reestrutura, portanto, de forma válida o arcabouço do estilo brasileiro de cinema, sem sequer meditar sobre ele. Sua personalidade sendo extremamente marcante, Glauber Rocha se deixa levar por ela. Extrovertido, exagera por vezes teses e opiniões.

A coerência de suas concepções se mede muito mais pelo todo do que pelos detalhes quase sempre obscurecidos pelo que se chama de "retórica baiana".

É o autor de Deus e o Diabo na Terra do Sol, filme brasileiro e sem dúvida um marco na história do cinema moderno.

Sua única ligação prática com o cinema brasileiro é com Humberto Mauro, o velho mestre de cuja obra se pode sentir influências em Barravento.

JOAQUIM PEDRO DE ANDRADE
Nascido a 25 de maio de 1932 no Rio de Janeiro.

Bacharelado em Física. Bolsa de estudos na Franca (IDHEC) (Cinémathèque Française), Inglaterra (Slade School of Art) e nos USA (curso com David e Albert Maysles). Assistente de direção dos irmãos Santos Pereira e de Gérson Tavares.

Filmes:
1959 O Poeta do Castelo (documentário).
1961 Couro de Gato (episódio de Cinco Vezes Favela).
1963 Garrincha Alegria do Povo (documentário de longa-metragem).
1965 O Padre e a Moca (longa-metragem)

Outra espécie biotipológica e cultural. Frio, formado em física pela Faculdade Nacional de Filosofia, abandonou o magistério e a pesquisa pelo cinema. De uma introspecção enorme, fala pouco e baixo; formacão cultural também diversa com marcante influência da cultura mineira, cujo universo de ficção ou de realidade lhe despertou sobremodo o interesse. Afilhado de Manuel Bandeira iniciou-se fazendo um documentário para o Instituto do Livro sobre o seu padrinho e sobre Gilberto Freyre (O Mestre de Apicucos e o Poeta do Castelo),
onde o episódio do poeta suplanta o do sociólogo e onde se pode sentir a fria elaboração do découpage que dá aos elementos apresentados uma dimensão nova. Crê no cinema como espetáculo. De todos os elementos do cinema novo é o único que realmente pensa permanentemente em termos de Cinema. Sua preocupação é o cinema e a ele condiciona, na racionalidade que dê ao conteúdo seu verdadeiro valor, as teses e os temas mais abstratos. Entre forma e fundo, portanto, prefere a forma, mas a forma útil.

Além do documentário citado fez Couro de Gato, curta-metragem de ficção premiado em Oberhausen, na Alemanha e em Sestri Levante, Itália. Ültimamente realizou Garrincha Alegria do Povo, documentário de longa-metragem que é sem dúvida uma das obras mais importantes do cinema novo.

PAULO CEZAR SARACENI
Nascido a 5 de novembro de 1933 no Rio de Janeiro. Curso de Direito incompleto. Jornalismo (crítica de cinema). Bolsa de estudos em Roma (Centro Sperimentale di Cinematografia).

Filmes:
1959 Caminhos (16 mm, inacabado).
1960 Arraial do Cabo (documentário).
1961 Porto das Caixas (longa-metragem).
1964 Integração Racial (documentário).
1965 O Desafio (longa-metragem).

Fez três filmes. Caminhos (em 16 mm e silencioso), Arraial do Cabo (documentário em parceria com o fotógrafo Mário Carneiro), este, premiado várias vezes em festivais europeus e praticamente desconhecido do público brasileiro, tendo sido vaiado numa tentativa de exibição no cinema Alvorada, no Rio. Fêz, finalmente, o longa-metragem Porto das Caixas.

Espírito e formação novos no cinema novo.

Formação cultural na linha do grupo de Otávio de Faria, Lúcio Cardoso, Marcos Konder Reis.

Temperamento inquieto, quase angustiado, sem grandes manifestacões exteriores. Seu talento vive impulsionado pela seiva de sua cultura; observador, despreza a objetividade em função das adequações de seu passionalismo à realidade objetiva.

Porto das Caixas, "filme de câmera" (no mesmo sentido de "música de câmera"), conforme denunciou Almeida Sales, é um transbordar de subjetivismo, uma meditação mórbida sobre um ato passional, seus antecedentes e suas conseqüências.

ROBERTO FARIAS
Nascido em 27 de março de 1932, em Nova Friburgo, Estado do Rio. A partir de 1950, no Rio de Janeiro e em S. Paulo. Assistente de direção (J.C. Burle, Watson Macedo, C.H. Christensen, J.B. Tanko). Roteirista dos próprios filmes. Produtor.

Filmes:
1957 Rico Ri A-loa.
1958 No Mundo da Lua.
1959/60 Cidade Ameaçada.
1960/61 Um Candango na Belacap.
1962 O Assalto ao Trem Pagador.
1963 Selva Trágica.
1965 João Juca Jr., Deteiive Carioca (em preparo).

Roberto Farias: Liga-se mais a Nelson Pereira dos Santos de que aos outros. Sua grande característica é o artesanato do qual fez alarde em Cidade Ameaçada. Para confirmar sua formação "nacionalista" realizou algumas chanchadas entre as quais Um Candango na Belacap. Em Assalto ao Trem Pagador foi um pouco além do simples artesanato criando na mecânica fluente de seu filme certo clima de transcendência marcado sobretudo pela boa direção de atores.

Seu último filme, Selva Trágica, convidado ao Festival de Veneza, não logrou muito sucesso.

É talvez o melhor profissional dentro do clima não industrial do cinema nôvo.

MÁRIO CARNEIRO
Nascido a 26 de julho de 1931 em Paris. Estudou Gravura, desenho e Arquitetura. Revelou-se um excelente artista plástico. Com uma câmera 16 mm, realizou por conta própria, alguns filmes curtos que lhe grangearam certa fama nos meios que freqüentava, sobretudo junto a Paulo Cézar Saraceni e Joaquim Pedro de Andrade. É o fotógrafo por excelência do cinema novo. Realizador.

Filmes:
1960 Arraial do Cabo (co-direção e fotografia).
1961 Couro de Gato (fotografia).
1961 Porto das Caixas (fotografia).
1961 Gimba (co-roteirização e fotografia).
1962 Garrincha, Alegria do Povo (co-roteirização e fotografia).
1962 A Nave de S. Bento (realização e fotografia) (colorido).
1962/63 A Morte em Três Tempos (fotografia).
1963 O Crime do Sacopã (fotografia).
1964 O Padre e a Moça (fotografia).

Com Arraial do Cabo praticamente traçaram-se as linhas do novo estilo fotográfico (vide parte dedicada às chanchadas). Porto das Caixas confirma e amplia, no campo do longa-metragem, essas mesmas linhas. Mário Carneiro, além dêsse passo decisivo, contribuiu com a formação prática de uma verdadeira escola. De seus ex-assistentes, Fernando Duarte (Ganga Zumba) é o fotógrafo cinernanovista de maior evidência.

LUIZ CARLOS BARRETO
Nascido a 20 de maio de 1929 em Sobral, (Ceará). No Rio como jornalista a partir de 1947. Fotógrafo e repórter de fama internacional. Através de Roberto Farias e Glauber Rocha entra no cinema. Co-roteirista de O Assalto ao Trem Pagador.

Filmes:
1962 O Assalto ao Trem Pagador (co-roteirista).
1962 Garrincha, Alegria do Povo (produtor e câmera).
1963 Vidas Secas (produtor e diretor de fotografia).
1964 A Hora e Vez de Augusto Matraga (produtor).
1964 O Padre e a Moça (co-produtor).

Por esse breve panorama pode-se sentir a real influência de Luiz Carlos Barreto no ambiente do cinema novo. Homem essencialmente dinâmico, sua atividade tem-se distribuído através de diversos setores da criação cinematográfica e foi materialmente coroada pela mestria fotográfica de Vidas Secas. Por outro lado, suas atividades como produtor obtiveram relativo sucesso sobretudo na tentativa de infiltrar o cinema brasileiro no exterior.

LEON HIRSZMAN
Nascido a 22 de novembro de 1938, no Rio. Estudos no Rio de Janeiro. Escola de Engenharia. Primeiros contatos com o cinema, no cine-clube da Escola. Encontros pessoais nas sessões da Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Acompanha a feitura de O Maquinista (16 mm), de Marcos Farias.

Filmes:
1961 Pedreira de 5. Diogo (curta-metragem) (de Cinco Vezes Favela).
1963/4 Maioria Absoluta (documentário).
1965 A Falecida

Com A Falecida, Leon Hirszman confirma sua importância no panorama do cinema novo, ela que se vinha desenhando sensivelmente desde Pedreira de S. Diogo, que foi a melhor surpresa de Cinco Vezes Favela. É um espírito de extrema racionalidade, frio, metódico, de muito pouca semelhança com o resto da troupe cinemanovista. Em Maioria Absoluta envereda pelo cinema-direto, gênero avesso ao cartesianismo e o domestica a ponto de estupefar os próprios franceses, grandes teóricos do gênero. A Falecida é uma síntese perfeita de confissão e de autodomínio.

CARLOS DIEGUES
Nasceu em Vitória, no Espírito Santo, a 19 de maio de 1940. Estudos no Rio. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito da PUC. Diretor do jornal O Metropolitano, da União Metropolitana dos Estudantes, um dos focos do cinema novo. Alguns artigos sobre cinema, calcados sobretudo nos problemas do cinema brasileiro. Algumas experiências em cinema amador (Fuga, Domingo).

Filmes
1962 Escola de Samba Alegria de Viver (episódio de Cinco Vezes Favela).
1963/4 Ganga Zumba.
1965 A Grande Cidade (em preparo).

A influência teórica de Carlos Diegues foi muito marcante na nova geração cinemanovista. Em qualquer manifestação pública suas explanações sóbrias são sempre ouvidas com atenção, pela clareza e objetividade com que são feitas. O cineasta Carlos Diegues representa perfeitamente a política autoral do seu grupo, embora ainda esteja à procura de um estilo que em Ganga Zumba começou a se esboçar e que certamente será descoberto em A Grande Cidade.

ROBERTO SANTOS
Roberto Santos nasceu em S. Paulo, em 1928. Cursou as Faculdades de Filosofia e de Arquitetura, abandonando-as pelo cinema, em 1954. Moço e modesto, inteligente e definido ideologicamente, seu primeiro filme foi uma estréia importante e promissora: O Grande Momento. Agora, em 1965, depois de um longo período dedicado à realização de documentários, Roberto Santos prepara o seu Hora e Vez de Augusto Matraga, baseado no conto de Guimarães Rosa.

TRIGUEIRINHO NETO
Edificou na Europa sua cultura cinematográfica: Fortaleceu-se em contatos com Alberto Cavalcanti, sentiu o impacto da teoria e das peças de Bertolt Brecht e do cinema indiano, principalmente a trilogia de Satyajit Ray (Pater Panchali, Aparajito e O Mundo de Apu). Voltou ao Brasil e dirigiu dois filmes: Bahia de Todos os Santos e Apelo (documentário). Na Itália fez Um Mercado Nasce (documentário premiado).

RUY GUERRA
Nascido a 22 de agosto de 1931 em Lourenço Marques (Moçambique). Estudos em Portugal e na França. IDHEC. Assistente de iluminação fotográfica e câmera em documentários. Figurante e ator. Assistente de direção (Georges Rouquier, Jean Dellanoy, Patrice Dally). Argumentista. No Brasil desde 1958.

Filmes:
1960 Orós (documentário inacabado).
1961 O Cavalo de Oxumaré (documentário inacabado).
1962 Os Cafajestes.
1962 (como ator) Os Mendigos.
1963 Os Fuzis.

A presença de Ruy Guerra, no Brasil, foi catalizadora relativamente a uma repercussão popular do cinema novo. O caso nascido entre Os Cafajestes e a censura carioca agiu como um veículo promocional dos mais expressivos. Como renovação do cinema tradicional de roteirização, de produção e mesmo de mise-en-scène, que chegou a uma ousadia desconhecida em nosso panorama cinematográfico, o papel de Ruy Guerra e de Os Cafajestes foi marcante. Os Fuzis, feito sob outra tônica, não deixou de se caracterizar também como filme polêmico.

FERNANDO CAMPOS
Nascido na Bahia a 15 de abril de 1933. Em 1953 estuda gravura e desenho no Museu de Arte Moderna de S. Paulo. Em 1955 vem para o Rio. Trabalha em problemas de comunicação visual com Rubem Martins e posteriormente com o grupo de Aloysio Magalhães. Faz o curso com Tomaz Maldonado e Otl Eicher e um ano depois com Max Bense.

Filmes:
1962/3 A Morte em Três Tempos.
1964 Brasília, Planejamento Urbano.
1965 A Viagem (em preparo).
Projeto imediato: Matéria de Memória, baseado no romance de Carlos Heitor Cony.

ALEX VIANY
Nascido a 4 de novembro de 1918 no Rio de Janeiro. Jornalismo desde 1934. Crítico de cinema. Cursos de direção e roteiro nos USA (People’s Educational Center). Assistente de direção de Rui Santos (Aglaia). Diretor de produção, argumentista e roteirista. Co-fundador da revista Filme. Autor de Introdução ao Cinema Brasileiro (Instituto Nacional do Livro). Diretor.

Filmes:
1952/3 Agulha no Palheiro.
1953/4 Rua sem Sol.
1955 Die Windrose (episódio brasileiro).
1962/3 Sol Sobre a Lama.

Alex Viany, depois de sua contribuição prática (sobretudo Agulha no Palheiro) constituiu-se no porta-voz oficial do movimento, no Brasil e através de suas influências junto a publicações estrangeiras. Sol Sobre a Lama, com o problema nascido com os produtores, não chegou a revelar uma informação cultural válida.

SÉRGIO RICARDO
Nascido em Manha, SP. a 18 de junho de 1932 onde ficou até 1949, transferindo-se, então, para a Capital. Vocação original para a música. No Rio revelou-se como um dos fundadores da Bossa Nova. Atraido subitamente pelo cinema fez, por conta própria, um primeiro curta-metragem baseado em melodias previamente compostas. Irmão do fotógrafo Dib Lutfi, seu colaborador nos dois primeiros filmes.

Filmes:
1962 O Menino de Calças Brancas (curta-metragem).
1963/4 Esse Mundo é Meu.
1964/5 O Pássaro da Aldeia.1

WALTER LIMA JR.
Nascido a 26 de novembro de 1938 em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. Primeiros estudos em Niterói. Bacharel em Direito pela FDUERJ. Atraido ainda jovam pelo cinema, frequentou cine-clubes desde os 14 anos. Crítico de cinema, de 1957 a 1959, no Diário do Povo, de Niterói. Em 1960 ingressou nos quadros da Cinemateca do MAM. Prosseguiu sua carreira jornalística no Correio da Manhã e na Tribuna da Imprensa. Em 1962 foi assistente de Adolfo Celi em Marafa, filme inacabado. Em 1963, assistente de Glauber Rocha em Deus e o Diabo na Terra do Sol.

Filmes:
1965 Menino de Engenho.

EDUARDO COUTINHO
Nasceu em S. Paulo a 11 de maio de 1933. Em 1954 faz um curso de cinema no Museu de Arte de S. Paulo. Em 1956/7, crítico de cinema da revista Visão. Diplomado no IDHEC (Institut des Hautes Études Cinématographiques) em 1960 (Paris). No teatro, em 1960, dirige Pluft, o Fantasminha.

Filmes:
1960 2 Documentários. (IDHEC) (em 16 mm).
1962 Gerente de produção de Cinco Vezes Favela.
1964 Cabra Marcado para Morrer (inacabado).
1965 Adaptador e co-roteirista de A Falecida.
1965 Lo qracadinha, Depois dos 30 (em preparo).

LUIZ SÉRGIO PERSON
Nascido em S. Paulo. Estudos e primeiras incursões artísticas também na capital. Teatro e cinema. Roteiros, argumentos, estágios Curso no Centro Sperinientale di Cinematografia de Roma.

Filmes:
1962 Al Ladro (Roma) (curta-metragem)
1964/5 S. Paulo S/A. (longa-metragem)

PAULO GIL SOARES
Nascido na Bahia a 6 de agosto de 1935. Em 1954 funda, com alguns amigos (Glauber Rocha, Calazans Neto e Fernando Peres), a revista Mapa, e teatraliza poemas brasileiros nas Jogralescas. É em 1956, 57, 58, 59 a época que se dedica à poesia e publica Velas e Glaubelena. Viagem à Europa e teatro.

Em 1961 começa em cinema participando de um curtametragem inacabado com Glauber Rocha. Participa de Deus e o Diabo na Terra do Sol.

Filmes:
1961 Assistente de Direção: Cruz na Praça.
1963 Assistente de Direção: Deus e o Diabo na Terra do Sol.
1963 Terra Triste (inacabado)
1965 Memória do Cangaço.

ARNALDO JABOR
Nascido no Rio de Janeiro, a 12 de dezembro de 1940. Estudos com padres jesuítas. Vocação artística inquieta, deteve-se por algum tempo entre a poesia e o teatro. Levado ao cinema pela efervescência do movimento cinemanovista e sobretudo pelas suas relações com Carlos Diegues. Autor de alguns roteiros de filmes para televisão.

Filmes
1963/4 Maioria Absoluta (técnico de som).
1964 Integração Racial (técnico de som).
1964/5 O Circo.
1965 A Opinião Pública (em preparo).

MAURICE CAPOVILLA
Nascido em 16 de janeiro de 1936 em Valinhos, SP. Primeiros estudos em Campinas. Através da Cinemateca Brasileira, tem sua atenção voltada para o cinema.

Filmes:
1962 Meninos do Tietê (documentário).
1964/5 Subterrâneos do Futebol (documentário).
1965 Esportes no Brasil (documentário).

MIGUEL BORGES
Nascido a 21 de fevereiro de 1937 em Picos, Piaui. Educado em S. Luís, Maranhão e no Rio de Janeiro. Administração pública e jornalismo. Critica e Cursos de Cinema. Roteirista e argumentista dos próprios filmes.

Filmes:
1962 Zé da Cachorra (episódio de Cinco Vêzes Favela).
1963 Canalha em Crise.2

WALTER HUGO KHOURI
Nasceu em S. Paulo, em outubro de 1919. Estudou Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências, Letras e Artes da Universidade de S. Paulo, especializando-se em cinema, recebendo grande influência da escola sueca moderna.

Filmes:
1952 O Gigante de Pedra.
1958 Estranho Encontro.
1959 Fronteiras do Inferno.
1960 Na Garganta do Diabo.
1962 A Ilha.
1964 Noite Vazia.
1965 Corpo Ardente.

A ação de Walter Hugo Khouri no meio cinematográfico brasileiro foi essencialmente importante. O aparecimento de Estranho Encontro em 1958, repercutiu intensamente sobretudo no seio da crítica do Rio e de S. Paulo. O filme veio trazer novas perspectivas aos que tinham perdido as esperanças relativamente à reimplantação do cinema como veículo de expressão artística. A posição cultural de Khouri, entretanto, não deixou de levantar duscussoes, algumas delas bastante profícuas.

ROBERTO PIRES
Nasceu a 29 de setembro de 1934 em Salvador. Sua carreira cinematográfica começou pelo seu interesse por assuntos de ótica. Roberto Pires desenvolveu sozinho um processo ótico chamado Igluscope (Iglu era o nome da firma produtora de seu primeiro filme), com o qual fez Redenção.

Filmes:
1954/56 Redenção.
1960 A Grande Feira.
1962 Tocaia no Asfalto.
1963 Crime no Sacopã.

NOTAS

1. Rodado na Síria, a convite do governo local.

2. Depois de vários problemas coro a censura que chegou, inclusive a interditá-lo, o filme foi liberado e lançado no Rio.