A Mulher de Todos - release para a imprensa

A MULHER DE TODOS

DE ROGERIO SGANZERLA

A.P.GALANTE - ALFREDO PALACIOS - ROGERIO SGANZERLA

estrelando

HELENA IGNEZ

(Angela Carne e Osso)

com

JÔ SOARES............. Doktor Plirtz

STENIO GARCIA............... Flavio Azteca

PAULO VILLAÇA............... Ramon

ANTONIO PITANGA,............ Vampiro

RENATO CORREA DE CASTRO..... Polenguinho

TELMA RESTON............... Turista (1)

ABRAÃO FARC................. Turista (2)

SILVIO DE CAMPOS FILHO...... Rei dos Ratos

J. C. CARDOSO........... Armando

ANTONIO MOREIRA.......... "Carona"

JOSE AGRIPINO................ Náufrago

FICHA TECNICA:

Produtores: A.P. Galante, Alfredo Palacios e Rogério Sganzerla

Argumento: Egidyo Eccio; Diálogos, Roteiro, Direção: Rogério Sganzerla; Assistente de Direção: Helena Solberg; Câmera e Diretor de Fotografia: Peter Overbeck, Diretor de Produção: Wilson Monteiro Filho; Assistente de Produção: Jean Lafont, Cezar Camporezzi; Assistente de Câmera e Segunda Câmera: Antonio Moreira; Maquinista: Pedro Kopchak; Eletricista: Antonio de Souza; Seleção Musical: Ana Carolina Soares; Montagem: Franklin Pereira; Assistentes de Montagem: Roberto Leme, Jovita; Laboratório de Imagem: Rex Filme; Laboratório de Som: Odil Fonobrasil; Engenheiro de Som: Jullo Perez Caballar; Assistente: Orlando Soares Macedo: Narração de Renato Machado, produção paulista de 1969.

tempo de projeção: 93 minutos

distríbuição: Servicine

A MULHER DE TODOS: SINOPSE

Angela rompe com seu último "caso" (Stenio Garcia) e desiste de acompanhá-lo à Europa para passar o fim de semana na exótica Ilha dos Prazeres. Encontrando o playboy Vampiro (Antonio Pitanga) apresenta um número de strip tease só para ele. Poucas horas depois Angela vai a outro apartamento, ao do jovem Armando (José Carlos Cardoso). Ninfômana, ela queima suas costas com o inseparável charuto cubano.

Seu marido, o extravagante Doktor Plirtz (Jô Soares), não pode acompanhá-la à Ilha dos Prazeres devido aos compromissos no escritório. Plirtz contrata o detetive particular Polenguinho (Renato Correa de Castro) para comprovar a fidelidade de Angela Carne e Osso.

No caminho ela dá "carona" a um tipo sem dinheiro e imediatamente o convida para um banho erótico nas praias desertas da Ilha.

Exercendo total fascinação nos homens, Angela consome-os a curtissimo prazo, abandonando-os em seguida. Também o detetive se apaixona: prometendo rasgar as fotos e calar, se ela o aceitar, e ameaça denunciar seus inúmeros casos. Antes de se entregar, Angela o humilha e depois o denuncia a Plirtz que vem pessoalmente à Ilha dos Prazeres para substituí-lo justamente por Armando, namorado dela e funcionário das "Organizações Plirtz".

Inutilmente Armando suplica para ela vestir algo, esconder a marca de um beijo exposto numa parte esquisita de Angela que faz questão de exibir a "marca" e ridicularizar Armando. Plirtz prepara seu primeiro balão tripulável e oferece-lhes drops drogados. Adormecidos, são amarrados ao balão que levanta vôo enquanto Doktor Plírtz experimenta a mais estranha e engraçada sensação de vingança.

FRASES PARA A IMPRENSA:

1. "A MULHER DE TODOS" narra as aventuras de Angela Carne e Osso, a fatal rainha da Ilha dos Prazeres, num filme divertido, mas que faz pensar, que o diretor Rogério Sganzerla realizou para a consagração definitiva de Helena Ignez, a extraordinária primeira grande atriz do moderno cinema brasileiro. Em sexycolor, o elenco de "A MULHER DE TODOS" – é milionário – anotem: JÔ SOARES, STENIO GARCIA, ANTONIO PITANGA, PAULO VILLAÇA, RENATO CORREA DE CASTRO. "A MULHER DE TODOS" – o grande filme da temporada.

2. HELENA IGNEZ apresenta um verdadeiro show ao interpretar as mil facetas da ultra sexy Angela Carne e Osso, a rainha da Ilha dos Prazeres, no filme de Rogério Sganzerla "A MULHER DE TODOS’ – uma das próximas atrações da nossa cinelândia. E vejam que elenco extraordinário: JÔ SOARES, STENIO GARCIA, ANTONIO PITANGA, PAULO VILLAÇA, RENATO CORREA DE CASTRO!

"A MULHER DE TODOS" – um filme da Servicine – que não pode deixar de ser visto:

3. "A MULHER DE TODOS" – um filme que narra, em sexycolor, as aventuras de Angela Carne e Osso, a que queria amar o mundo, numa divertida comédia que faz pensar que Rogério Sganzerla dirigiu e HELENA IGNEZ – a primeira grande star do cinema brasileiro – interpretou extraordinariamente! No elenco um punhado de nomes de primeiro plano no cenário artístico brasileiro: JÔ SOARES, PAULO VILLAÇA, STENIO GARCIA, ANTONIO PITANGA E RENATO CORREA DE CASTRO. "A MLHER DE TODOS" é a próxima grande atração da nossa cinelândia.

4. HELENA IGNEZ está espetacular vivendo Angela Carne e Osso – a que queria amar o mundo – em "A MULHER DE TODOS". Um filme de Rogério Sganzerla.

A MULHER DE TODOS PARA SEU AUTOR:

Depois do policialesco (O Bandido da Luz Vermelha) tentei fazer uma chanchada com Gilberto Gil (O Índio e a Vampira) mas acabei realizando a aventura pornográfica "A MULHER DE TODOS", em homenagem às fitas alemãs ou suecas classe B. E outro pejorativo cujo estilo obsceno ser ve para melhor retratar nossa realidade – não por moralismo mas mas por ideologia. Vinte e cinco dias de filmagens, vinte e sete latas de negativo somente. Estou satisfeito porque não "fiz o filme da minha vida" mas de certo momento da minha carreira. Tentei correr o risco óbvio da total improvisação. Quis aprender a filmar sem nenhum roteiro, escrevendo à medida que filmava, aproveitando diretamente a realidade, atores e recursos disponíveis. Em termos de mise en scène A Mulher de Todos corresponde ao meu primeiro curta-metragem (Documentário) baseado na concisão e simplicidade. Gosto de filmar com a câmera fixa, dos travellings elucidativos, das panoramicas didáticas, sem artifícios. Prefiro os longos silêncios, a música em volume baixo. Evidentemente O Bandido da Luz Vermelha era o contrário disso tudo porque tratava-se duma inspiração violenta, espanto e agitação diante da realidade. Não consigo contrariar minha tendência profunda pela simp1icidade.

Pode-se organizar a realidade de cada filme manifesta ou latentemente. Sem renunciar a um approach critico, a uma clara perspectiva moral, no meu segundo filme escolhi a máscara pois é tudo simples e poético: ninguém, se esquece de que nossa realidade explode enquanto se faz um elegante travelling mascarado sobre o Oceano At1ântico.

O diretor de fotografia é o mesmo do "Bandido da Luz Vermelha", "Meu Nome É Tonho", o "O Acordo": o premiado Peter Overbeck sabe, como ninguém, impregnar de mistério qualquer cenário ou ator e – principalmente – fílmar mulheres bonitas.

A montagem não é muito diferente do filme anterior: saiu sem preconceitos ou partis pris estetícos; espontaneamente – como uma respiração.Franklin Pereira pertence à mesma escola de Silvio Renoldy e Maria Guadalupe, dos melhores de S. Paulo. Como nos tempos da chanchada, eu e Jô Soares improvisamos muito. Suas inúmeras interferências foram todas aproveitadas, enriquecendo os conflitos. Chamei Paulo Villaça e Stenio Garcia, porque prefiro atares inteligentes e criativos. Antonio Pitanga também teve liberdade para trabalhar à vontade. Pitanga faz o playboy, um conservador e antípatico, proque precisava criticar seus anteriores papéis de herói racial.Todos sabemos que a situação colonial do negro no Brasil é muito menos confortadora do que qualquer heroismo oferece.

Corri um último grande risco: evitar o galanteio e a homenagem fácil à Helena Ignez. Fotografando com cuidado, quis mostrar também o lado neurótico, incômodo, dificil da mulher moderna. Descobri o grande talento dela, agora uma atriz completamente nova; pela primeira vez no nosso cinema, uma mulher canta, berra, bate, dança, deda, faz o diabo. Neste filme, ela é uma atriz e personagens livres, ela é Marlene Die trich co-dirigida por Mack Sennett e José Mojica Marins, isto é, por mim.., Ainda farei um documentário político em dezesseis milímetros, e videntemente com sons e fotografia péssimos sobre o misterioso trabalho das abelhas, moscas, mosquitos e outras variedades do litoral paulista, onde rodamos 80% de "A MULHER DE TODOS".