Anteprojeto
de criação de uma unidade modelo para a conservação
e restauração e materiais audiovisuais

A necessidade de uma cinemateca
A um leigo pode parecer inicialmente que
o projeto de constituição de um arquivo para guarda de filmes
e outros materiais audiovisuais é obra desnecessária devido
aos altos custos envolvidos, à complexidade da tarefa e ao estágio
atingido pelo país neste campo. Com efeito, alguns milhões
de reais precisam ser investidos ao longo de alguns anos para a criação
de uma unidade de caráter profissional. Recursos da mesma ordem
também deverão estar disponíveis para a manutenção
e o bom desempenho da instituição, uma vez instalada sua
infra-estrutura básica. Sua estruturação interna,
quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista operacional,
requer mão-de-obra especializada, a ser formada e reciclada periodicamente,
e implica em atividades tecno-científicas de alto grau de precisão
e imponderabilidade. Da mesma forma o volume de material possivelmente
crescente requererá projeto de trabalho de longo prazo e com consciência
quanto aos resultados possíveis. Por fim, não se ignora
o caminho já percorrido nesse sentido por outras instituições,
funcionando desde o final dos anos 50, e o quanto seu trabalho representou
de salvaguarda do patrimônio audiovisual brasileiro.
A despeito desses possíves óbices
ao projeto, os profissionais da área sabem que a realidade se traduz
em um cotidiano bem mais problemático. Em que pese todo o esforço
anterior, perderam-se muitas obras, armazena-se a maior parte restante
de forma precária, não há espaço de guarda
suficiente para fazer face à produção corrente e
pouco se avançou na qualificação da mão-de-obra
e na resolução dos intrincados problemas de restauração
de parcela não pouco significativa desses materiais. Não
espantará aos que vivenciam o setor a informação
de que a maior parte dos negativos de filmes do Cinema Novo, por exemplo,
já esteja perdida, o mesmo acontecendo com o chamado Cinema Marginal.
Note-se, não são títulos do início do século
e sim obras realizadas a no máximo quarenta anos. Fazer frente
a este veloz desaparecimento é uma tarefa que se impõe.
Mais do que isso, dar um salto de qualidade que permita não só
a sobrevivência deste ou daquele material audiovisual, mas a sua
permanência em alto nível de qualidade, representando de
fato um registro expressivo de uma época.
Tal tarefa – a constituição
de uma cinemateca em bases profissionais – se faz necessária também
como uma estratégia frente ao futuro e como um instrumento disseminador
de uma cultura fundamental na atualidade e que se mantém presa
a um circuito restrito. É preciso democratizar o acesso à
esta fonte de informações e começar a regionalizar
o trabalho de educação e formação do público.
Um maior volume de trabalho desenvolvido em uma unidade com as características
descritas neste projeto significará a incorporação
de amplas camadas da população, até então
marginalizadas quanto à natureza e alcance do audiovisual no mundo
moderno. Uma cinemateca que efetivamente se volte para a comunidade estará
participando ativamente do processo de desenvolvimento social e econômico
da região onde estiver localizada. Traduz-se em geração
de empregos diretos e indiretos, em transferência e geração
de tecnologia, em reflexão multi e interdisciplinar, e em fórum
para a discussão e encaminhamento das questões afetas ao
setor. Um trabalho de tal natureza se mostrará até mesmo
mais econômico a longo prazo, na medida em que preservação
bem feita evita perdas ou gastos elevados com sucessivas restaurações.
Busca-se, portanto, um novo conceito de cinemateca.
Sem ignorar os ensinamentos do passado, pretende-se dar um passo adiante
no trabalho de conservação de películas, registros
magnéticos e agora dados digitais. Pensando-se em um projeto modular,
para ser implantado aos poucos, mas dentro de rigorosos padrões
e compatível com as conhecidas restrições orçamentárias
do país, quer se atingir dentro de alguns anos um status privilegiado,
que venha não só atender aos objetivos da atividade-fim,
mas também proporcione um altíssimo retorno cultural pelo
muito de conhecimento que possa ser gerado e pelo enraizamento que possa
ser alcançado, fixando de vez junto ao grande público um
hábito de consumo dos mais salutares e importantes no mundo moderno.
Uma Cinemateca em Niterói
Os estudos de viabilidade funcional de empreendimentos
de médio porte e de resultados de longo prazo têm apontado
os conglomerados urbanos suficientemente desenvolvidos e que não
demonstram tendência a se tornarem metrópoles como as melhores
opções para absorverem projetos nesse sentido. A natureza
eminentemente cultural da iniciativa, por outro lado, aponta para comunidades
com razóavel aparelho educacional e com alguma tradição
histórica. A forte identidade cultural permite uma assimilação
mais rápida e entusiamada deste tipo de projeto. As características
intrínsecas da área audiovisual implicam ainda em perfis
mais próximos das cidades turísticas ou de serviços
que não contam com grandes parques industriais instalados ou outros
fatores responsáveis por altos níveis de poluição
em suas várias manifestações.
Além disso, solicita um envolvimento
tão decisivo qaunto inédito: a gestão direta do empreendimento
pelo Estado. Curiosamente, as experiências brasileiras relativas
à preservação de filmes e afins estiveram e ainda
estão em grande parte ligadas à iniciativa privada, ou quando
muito a um envolvimento circunstancial do aparato público. Isto
resultou não só em instabilidade institucional como principalmente
em acanhadissímos resultados frente a países com características
econômico-sociais similares às brasileiras. México,
Cuba, Argentina, Uruguai e Venezuela, ficando apenas na América
Latina, estão mais adiantados neste campo do que nós, tendo
constituído unidades que atendem aos padrões internacionais
de conservação indicados por entidades como a FIAF (Federação
Internacional dos Arquivos de Filme) e a FIAT (Federação
Internacional dos Arquivos de Televisão). Nesses países
as principais cinematecas são ligadas ao Estado Federal.
Ao contrário da forte centralização
advinda deste modelo, quase sempre resultando nas chamadas cinematecas
centrais, a Europa está implantado um modelo diferente de gestões
de acervos audiovisuais. Superando a centralização, estabelece
para a antiga cinemateca um papel de depositante legal, estimulando a
abertura de cinematecas regionais que se encarregam efetivamente de fazer
circular a cultura audiovisual. É nitidamente o caso francês,
em que despontam instituições como as cinematecas de Toulouse,
Nantes e Marseille, cobrindo diferentes espaços geográficos,
culturas e atividades. Alinhando-se a perfis ora universitários,
ora operários, entre outros, tais cinematecas definem suas linhas
de trabalho a partir de dados concretos e sem negligenciar sua clientela
mais imediata. Logram com isso uma inserção nunca antes
vista para uma atividade que hoje perde seu público tradicional
para asnovas tecnologias que o mantem preso ao ambiente caseiro.
É neste sentido que uma cidade como
Niterói desponta como uma das melhores opções do
país para receber e alavancar uma experiência nova em termos
de preservação audiovisual. Considerado um dos espaços
urbanos de melhor qualidade de vida do Brasil, demonstra plena consciência
por parte do poder público e por parte da população
quando surgem temas como respeito ao meio ambiente, estímulo às
artes, promoção de espetáculos de qualidade e acessíveis
ao grande público, formação de acervos culturais
reconhecidamente importantes e edificação de infra-estrutura
que abrigue e dê visibilidade a este tipo de trabalho. A agenda
cultural niteroiense tornou-se uma das mais ricas e diversificadas do
país nas últimas décadas, respondendo inclusive por
eventos fundamentais e únicos, como, por exemplo, a exibição
integral e na sua versão original do filme Napoléon,
Abel Gance, para ficar apenas na área de cinema. O responsável
direto por essa enriquecedora fermentação tem sido o governo
municipal de Niterói, em uma rara e moderna atitude quanto às
responsabilidades do Estado.
Além disso, a cidade reune outros
atributos que favorecem a implantação de cinemateca em seus
limites. Em primeiro lugar sua tradição cinematográfica,
que remonta ao final do século passado e registra um primeiro longa
metragem já em 1926 - Risos e Lágrimas, de Alberto Traversa
-, e que ganha impulso definitivo com a criação em 1969
pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos do curso de cinema da Universidade
Federal Fluminense. Há ilustres realizadores egressos da cidade
como Walter Lima Júnior, acervos históricos valiosíssimos
como os registros do cinegrafista César Nunes, que filmou Niterói
ao longo de quarenta anos, e eventos marcantes como o único Festival
Universitário de Cinema do país em atividade no momento.
Por outro lado, a vocação turística, a proximidade
dos grandes centros, a ausência de parques industriais de grande
porte, a escolaridade elevada, a presença universitária
e ao apoio decidido às artes criam condições técnicas,
políticas e sociais únicas para um empreendimento como o
proposto aqui.
O perfil ideal de uma cinemateca
Existem por assim dizer três grandes
áreas dentro de um arquivo especializado, caso de uma cinemateca:
a conservação do acervo, a restauração do
acervo e a difusão do acervo. Cada uma dessa áreas desdobra-se
em outras e implica um sem número de procedimentos, infra-estrutura
e políticas de atuação. Por exemplo, a conservação
do acervo pressupõe necessariamente a constituição
inaugural, políticas de coleta, catalogação, higienização
e insumos relacionados com a melhor preservação desses materiais.
Da mesma forma a restauração leva à constituição
de um laboratório de duplicação de materiais. E a
difusão arregimenta desde acervos auxialiares (bilbioteca, videoteca,
etc.) até projetos educacionais amplos e dirigidos, trabalhando-se
a formação geral e a investigação de temas
do interesse da comunidade.
Neste sentido, concebeu-se um projeto de
cinemateca que atuasse dentro do conceito de museu vivo, à semelhança
do Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Partindo de uma
perfeita integração do conjunto de edificações
a determinado sítio urbano e explorando-se as possibilidades arquitetônicas
com vistas ao favorecimento do lazer e da educação em sentido
amplo, pretende-se criar (ou recuperar) na população o hábito
de freqüentar o espaço e explorá-lo em suas múltiplas
possibilidades formativas. O objetivo é instalar uma referência
definitiva dentro da área, atendendo desde o especialista até
o escolar que o visita pela primeira vez. A constituição
exemplar do prédio, dos serviços e do atendimento avaliza
o projeto global e os diversos programas que venham a ser implantados
ao longo dos anos. É de se ressaltar que Niterói não
possui tal unidade e sofre um processo de retração do circuito
exibidor tradicional, o que só favorece iniciativa dessa natureza.
Filosoficamente, a unidade pretende dar conta
dos diversos aspectos da atividade audiovisual desde o seu surgimento
ao fim do século XIX. A intenção é formar
um corpo de experiências e informações que se traduzam
na verificação mais detida do espetáculo e na valorização
das ações que permitem sua existência, apreciação
e reflexão. A formação de platéias críticas
não pode se prender apenas aos aspectos sociais, políticos
e históricos, devendo necessariamente incorporar a estética
e a perservação, por exemplo. Isto explica a intenção
de transformar a sala de exibição em muito mais do que um
auditório, integrando à edificação marcas
da evolução deste tipo de espaço e tornando-a capaz
de reeditar os mais variados tipos de espetáculos audiovisuais
já inventados. Temos assim o "museu vivo", isto é, um espaço
que interage diretamente com o sujeito e o estimula a buscar explicações
para as transformações sofridos ao longo do tempo por uma
determinada atividade.
No que tange à conservação
e ao restauro, a unidade visa suprir uma grande lacuna na área.
Por um lado, se apresentará como alternativa de qualidade para
o armazenamente da produção atual e futura, neste momento
em ritmo crescente. Por outro, permitirá pela primeira vez o estudo
e a solução de diversos entraves à restauração
propriamente dita de materiais em mau estado ou sob risco de desaparecimento
iminente. Ou seja, se ultrapassará a mera duplicação
mecânica de originais, quando isto é possível, sem
carregar seus inconvenientes para a nova matriz. Com isso, haverá
propriamente intervenção restauradora direta no elemento
original, eliminado-se tanto quanto possível seus defeitos. Seráuma
oportunidade rara e única para atacar problemas de grande complexidade
e que estão a exigir não equipamentos caros e complexos,
como um estudo aprofundado dos efeitos do tempo e da ação
humana sobre as obras, com vistas a compreendê-los e superá-los.
As características técnicas
e civis da obra
O anteprojeto visa apresentar os parâmetros
básicos de constituição de uma cinemateca ou arquivo
de materiais audiovisuais em moldes profissionais, equiparando-se a unidades
de qualidade existentes na Europa e Estados Unidos. Trata-se de uma proposta
modular, implicando necessariamente no desdobramento técnico de
cada item aqui exposto e na sua implantação por etapas,
adequando-se demandas de ordem orçamentária e a natureza
complexa dos serviços de conservação e restauração
de filmes e outros materiais contendo sons e imagens em movimento. Isto
significa que as indicações aqui mencionadas, por exemplo,
quanto às obras de engenharia civil, serão revistas, aperfeiçoadas
e finalmente elaboradas dentro da linguagem própria de cada área
de conhecimento, obedecendo-se à finalidade em questão e
observando-se as sugestões e vetos dos consultores especializados
em conservação de películas a serem contratados para
o acompanhamento dos trabalhos de implantação.
Serão mencionados aqui parâmetros
de caráter mais geral e os relacionados com edificações
que requerem concepção especifíca. As que se enquadram
nos padrões normais de engenharia não merecerão indicações
técnicas, salvo um ou outro caso.
Em termos gerais deve ser dito que instalações
elétricas e hidráulicas terão caráter aparente,
ou seja, não devem ser embutidas em paredes. Em hipótese
alguma as reservas técnicas receberão instalações
hidráulicas ou sanitárias, evitando-se ao máximo
a passagem de tubos e encanamentos próximos aos prédios.
Todas as edificações serão pintadas com tinta epoxi
no interior e no exterior, excluindo-se qualquer outro tipo. Igualmente,
cada uma delas deverá se aproximar o mais possível do conceito
de "prédio inteligente", instalando-se sensores de fumaça
e de presença, estes acoplados à iluminação,
que só será ativada nos momentos de trabalho, monitoramento
por vídeo, mecanismo contra incêndio à base de gás
freon (e nenhum outro tipo) e portas corta-fogo acionadas eletronicamente.
O terreno comportará o número requerido de hidrantes e o
grupo de vigilância deverá receber treinamento obrigatório
para atuar como brigada de incêndio.
Plantas, infra-estrutura e equipamentos
Ao final do anteprojeto podem ser consultadas
as plantas básicas da edificação proposta. Os detalhes
gerias do terreno e de cada uma das unidades vêm descritos abaixo.
Terreno
Os critérios de localização da cinemateca devem ser
rigorosamente obedecidos. Deve ser instalada em uma área mínima
de 2000m de comprimento X 1000m de largura, em terreno plano, livre de
saliências, longe de morros, rios, ribanceiras, canais, logradouros
com histórico de alagamento por chuvas, centros radiotivos (por
exemplo, clínicas radiológicas) e pólos de poluição
(especialmente indústrias e vias de tráfego intenso). Deve
ainda distar pelo menos 25Km do mar, para que sejam evitados os efeitos
da maresia. Não deve haver também obstáculos de acesso
para o público e saídas razoavelmente rápidas para
as vias de comunicação com os grandes centros do país.
O estacionamento deve comportar no mínimo 150 carros. A arborisação
e tratamento paisagístico do terreno em volta dos prédios
visa não só bem acolher os visitantes como melhorar as condições
de drenagem do solo e aumentar a aeração natural no local.
Vigilância
A edificação deverá seguir as normas básicas
de engenharia, devendo no entanto ser ampla o suficente para comportar
os equipamentos de monitoração, alarme e combate de incêndio
à distância.
Administração
O prédio também seguirá as normas básicas
de engenharia. Terá múltiplas funções, pois
abrangerá os setores de recepção, direção
executiva, tráfego, catalogação de filmes, revisão
de filmes, higienização de filmes e câmara de aclimatação.
O prédio estará interligado com a Reserva Técnica
1.
Reservas Técnicas 1, 2 e 3
Principal unidade de guarda da cinemateca, abrigará a maior parte
do acervo, excetuando-se as películas em suporte de nitrato, que
serão colocadas na Reserva Técnica 2, e as películas
de acetato em avançado estado da síndrome do vinagre, isto
é, desprendendo quantidade significativa de gás acético,
que serão colocadas na Reserva Técnica 3. Todas as reservas
serão contruídas obedecendo-se especificações
especiais. O solo deve ser preparado com vistas a uma impermeabilização
absoluta, impedindo-se a penetração de umidade pelo chão.
As paredes terão função termo-isolante, tanto de
fora para dentro como vice-versa. O teto também será impermeabilizado.
A preparação do solo deverá
seguir o seguinte itinerário: compactação mecânica,
colocação de camada de concreto á base de Brita 2
compactada, colocação de manta asfáltica de 5" de
espessura, novamente uma camada de concreto, desta feita, impermiabilizante
e por cima uma camada de silicone cristalizado. A partir daí é
possível colocar os alicerces do prédio.
As paredes das reservas deverão obedecer
ao seguinte padrão e nesta ordem de fora para dentro: revestimento
externo à base de cimento, tijolo refratário de 40cm, lã
de vidro de 20cm, tijolo refratário de 40cm, fixação
com resina de escuna, laminado de flandres, camada de isopor de 10cm,
laminado de flandres, revestimento interno à base de cimento e
azulejo refratário.
O teto deverá ser constituído
de uma laje convencional, uma camada de folha de flandres, lã de
vridro de 20cm, outra camada de folha de flandres e revestimento. Com
o piso se colocará no chão um contrapiso, uma camada de
cimento impermeabilizado e um revestimento de granilite de alta resistência.
Refrigeração
Os equipamentos de ar condicionado que servirão às reservas
técnicas possuirão centrais de distribuição
e fan-coils em cada compartimento, regulando-se temperatura e umidade
de acordo com os materiais armazenados no local. Todos estarão
equipados com exaustores, que retirarão o ar viciado diretamente
para o exterior a intervalos regulares. O conceito que preside a Reserva
Técnica 1 é o da otimização da climatização.
Os depósitos mais frios ficarão mais para o interior do
prédio e sua temperatura será mantida com o reforço
da câmara que o envolve, evitando-se desperdício de energia
e a ação direta do sol. Esta central também abastecerá
o prédio administrativo e o laboratório à temperaturas
em torno de 20ºC. As Reservas Técnicas 2 e 3 possuirão centrais
de ar condicionado independentes, adequadas, cada uma aos parâmetros
de guarda de cada acervo específico. Auditório, Museu de
Cinema e Midiateca serão servidos por uma única central,
desta vez interna. As demais unidades prediais funcionarão com
aparelhos de parede.
Os parâmetros de refrigeração
que servirão para o cálculo do projeto de refrigeração
são os seguintes:
– arquivo de matrizes acetato cor: -5ºC temperatura
e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes acetato p&b:
12ºC temperatura e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes poliester cor:
-5ºC temperatura e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes poliester p&b:
12ºC temperatura e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes formatos não
convencionais: 12ºC temperatura e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes suportes magnéticos
e digitais: 12ºC temperatura e 25% umidade relativa
– arquivo de matrizes acetato cor (com
síndrome do vinagre ativa): -10ºC temperatura e 35% umidade relativa
– arquivo de matrizes acetato p&b
(com síndrome do vinagre ativa): -5ºC temperatura e 35% umidade
relativa
– arquivo de matrizes nitrato: 0ºC
temperatura e 30% umidade relativa
– arquivo de cópias acetato:
15ºC temperatura e 35% umidade relativa
– arquivo de cópias nitrato:
12ºC temperatura e 35% umidade relativa
– arquivo de cópias formatos
não convencionais: 15ºC temperatura e 35% umidade relativa
Caso alguma câmara abrigue material
de di-acetato será necessário instalar sistema de ventilação
com vazão de 5m por hora. A câmara de aclimatação
deverá funcionar a 20ºC e 50% de umidade. Em cada central de refrigeração
deverão ser colocadas obrigatoriamente três máquinas,
funcionando duas 24 horas direto e ficando uma de reserva, na eventualidade
de uma quebra. A Reserva Técnica 3, destinada ao nitrato deve distar
pelo menos 15m das demais.
Os demais prédios obedecerão
aos padrões básicso de engenharia. A caixa d’água
deve comportar no mínimo 100.000 litros, a cantina/refeitório
deve ter uma saída de exaustão com pelo menos cinco metros
de altura, evitando-se frituras e similares e a casa de força deve
ter potência de no mínimo 500KvA. O complexo deve ser servido
por uma perua ou pick-up refrigerada.
Equipamentos
Os equipamentos por setor devem ser os seguintes:
Vigilância: central telefônica,
monitamento por circuito interno de tv para todo o complexo, quadro de
alarme de incêndio, quadro de acionamento de trancas e iluminação
de emergência, extintores de incêndio e gás freon.
Ao longo do complexo, colocação de hidrantes e mangueiras.
Administração: mobiliário
comum, mesas enroladeiras, mesas sincronizadoras, enroladeiras verticais,
moviolas, vedettes, moviola-telecine, coladeiras, estantes vazadas em
aço fosfatado, extintores de incêndio e computadores. Deve
ser formado um estoque de estojos em polipropileno para troca dos invólucros
originais.
Reservas Técnicas: estantes vazadas
em aço fosfatado ou estantes deslizantes desenhadas sob projeto,
termohigrógrafo, sensores de curto-circuito, sensores de gases,
sensores de fumaça, sensores de presença, iluminação
de emergência, extintores de incêndio e ar condicionado sob
projeto com desumidificação e exaustão.
Oficina de manutenção: ferramentaria
completo, torno e bancada. Deve ser formado um estoque de peças
de reposição, especialmente para o que envolver as reservas
técnicas, o laboratório e a sala de exibição.
Laboratório: lavadora Ultrasom Lipsner
Smith, lavadora Ultraclean CTM, copiadora ótica Tai CTM, limpadora
para fitas video magnéticas, densitômetro digital, medidores
de encolhimento, material de laboratório químico, microscópio,
estufa esterilizadora, espectofotômetro, balança analítica,
player-recorder Beta, U-Matic, VHS
Midiateca: compreenderá uma biblioteca
e mobiliário respectivo, uma videoteca e mobiliário respectivo
e uma audioteca e mobiliário respectivo. Haverá ainda terminais
de consulta on-line.
Museu de cinema: mobiliário sob projeto
para salão de exposição e reserva técnica.
Sala de exibição: cabine de
projeção com projetores Cinemeccanica Victoria V, com motor
variável adequado a projeção padrão e 16qps,
e com sistemas de som estéreo, Dolby e digital em suas várias
modalidades. Inastalação de máquinas adequadas a
outras modalidades de projeção já fora de uso. Lotação
para 350 lugares, tela panorâmica, projeção em vídeo,
cortina móvel, gongo e jogo de luzes.
Cantina/refeitório: instalação
de cozinha industrial padrão e mesas para 50 pessoas.
Cada item será alvo de projeto específico
quando se detalharão os componentes definitivos de edificação
e de instalação.
Francisco Sérgio Moreira
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