Sin
Dejar Huella,
de Maria Novaro
Sin dejar huella, México/Espanha,
2000
Num Festival que tem
o costume de criar títulos em português para todos os seus
filmes, é meio difícil entender o porquê deste título
em espanhol, particularmente difícil de ser pronunciado e nem um
pouco intraduzível ("sem deixar pistas"), acabou sendo exibido
com este título. Talvez porque a grafia e o som do título
em espanhol dão a ele um certo mistério inegável,
mas o fato é que o filme em si tem muito pouco de novo.
Trata-se de um "road
movie", com um inegável olhar feminista, que talvez seja seu ponto
mais positivo. Mas, no geral, o espectador não encontrará
surpresas ou pontos de maior interesse ao longo de 105 minutos que se
alongam bastante devido justamente a esta falta do que "dizer". Não
se pede aqui uma mensagem ou uma inovação radical, mas apenas
que ao reconhecer-se que não as tem, uma condução
narrativa que consiga de alguma forma criar algum ritmo ou surpreender
o espectador aqui e ali. Ao fim da projeção, o que fica
na memória é pouco mais do que a imagem de duas belas atrizes
(nos dois sentidos), algumas insinuações feministas mais
ousadas, e um certo dejá vu.
Eduardo Valente
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