Editorial![]() ![]() Kris Kristofferson e Mark Wahlberg em Planeta dos Macacos de Tim Burton |
Contracampo andou por aí e registrou: São Paulo, Rio... onde houve agitação cinematográfica, fincamos pé. Passamos por uma mais importante dentre todas: a mostra que trazia à tona o cinema udigrudi entre anos 68-75. Marginal? Deu pra ver que não, o cinema daquela época não suporta essa definição totalizante, ele chuta para todos os lados, ele vai para todos os cantos. Muitos encontros. Jairo Ferreira, Luiz Rosemberg, Ricardo Miranda, Rogério Sganzerla, André Luiz Oliveira, Andrea Tonacci... todos presentes mostrando seus filmes, comparecendo aos dos outros... Chance única para resgatar a memória de filmes muito pouco ou nada vistos, Contracampo preferiu comentar aqueles filmes de que quase ninguém fala, dar uma segunda chance a eles. Ou no caso, uma primeira chance, já que filmes como Orgia ou Caveira My Friend nem tiveram exibição. Estivemos também no Carlton Arts vendo Cronenberg; no Anima Mundi vendo como anda a animação contemporânea; na mostra dedicada à escrita de José Lino Grunewald, e damos nossos testemunhos. A vida de uma revista de cinema é feita na ida às salas; e cobrir o que acontece é tarefa primordial. Voltamos com nossos Cinemas da China trazendo o cineasta mais importante do país: Hou Hsiao-hsien. Responsável pela maior renovação do cinema de Taiwan, seu cinema pouquíssimo conhecido no Brasil faz vibrar críticos e cinéfilos do mundo inteiro. No Brasil, nunca passou em circuito. Tomara que, da mesma forma que foram correr atrás dos antigos do Kiarostami, a descoberta do cinema de Hou nos faça ver em película seus grandes filmes. Por fim, dedicamos uma pauta especial ao cinema de Tim Burton, a propósito de O Planeta dos Macacos, filme político e de um vigor cinematográfico surpreendente nos dias de hoje. Forte na arte e na política, Burton é revisto por nossos redatores que, de Vincent até Sleepy Hollow passando por Marte Ataca!, dissecam a obra do cineasta. Boa leitura. Ruy Gardnier |