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Casais deixam para escolher o filme quando chegarem ao cinema, Woody Allen é o mais cotado, mas se estiver lotado não tem problema: estão naquela época do ano em que se aceita ver um filme diferente, afinal de vez em quando é bom ter um assunto novo na conversa de bar. Assume-se por duas semanas o caráter de grande complexo de filmes cults, o que não pode ser feito ao longo do resto ano. O público do Estação, moderno, não pode, não quer fazer parte de algo massificado, popular. É um público crítico, intelectualizado, que ainda não se deu conta de que faz parte de uma grande quantidade de pessoas (leia-se das classe média/alta) que estão ali para consumir cultura. Por que simplesmente não há mais espaço para aquele que não sabe o que está acontecendo culturalmente na Zona Sul carioca. Mais importante do que os filmes vistos, é frequentar um espaço-vitrine que reúna todo tipo de pessoas do mesmo tipo. Decorrente daí, observamos a disputa ávida por ingressos das grandes mostras de cinema anunciadas pelo CadernoB. O grande problema no caso, é que ao adquirir esta postura, o Grupo Estação restringe seu público somente aos leitores de cadernos de cultura, na medida em que parece já estar satisfeito com um número considerável de pagantes. Um cinema que não consegue ser democrático e que, com ingressos pouco populares, esquece que existe uma fatia da população que talvez não queira apenas assistir à filmes na ida até a praia. Marina Meliande
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