Editorial



Clint Eastwood e Tommy Lee Jones Caubóis do Espaço de Clint Eastwood

A Contracampo dedicou outubro inteiro à cobertura dos dois grandes eventos de cinema do Brasil, o Festival do Rio BR 2000 e a 24ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Foi a primeira cobertura efetivamente intensiva feita pela revista, e os frutos colhidos em resultados foram enormes. No entanto, passada a euforia e o cansaço do trabalho, uma constatação: cobrir eventos como estes, tão dispersos, com tanta coisa acontecendo em tão pouco tempo, acaba impedindo um olhar mais distanciado, mais global, que tente entender o que eles significam e promovem, de fato. Por isso, decidimos dedicar nossa principal pauta de novembro também aos festivais, mas com um olhar completamente diferente: não o imediatismo da cobertura, mas o caminho da reflexão e da análise após o fato. Os filmes, as retrospectivas, as conexões, as impressões. Nesta pauta inauguramos ainda uma nova forma de análise que pretendemos usar de tempos em tempos, a qual chamamos de CINEMA FALADO, que é basicamente uma mesa redonda entre os redatores da revista, transcrita com o cuidado de manter a informalidade de uma conversa. Esperamos conseguir com esta edição o complemento ideal a toda e qualquer cobertura, aquilo que diferencie a revista de um meio de comunicação da grande imprensa, que só consegue dar conta de cobrir o dia a dia.

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Damos continuidade esse mês à seção Cinemas da China com sua terceira parte, dedicada ao realizador Tsai Ming-liang que, com apenas quatro longas-metragens, já conseguiu firmar seu nome como um dos maiores realizadores contemporâneo. Saímos de Hong Kong (Woo e Wong) para Taiwan, mas a viagem ainda é longa e circular. Boa leitura.

Eduardo Valente e Ruy Gardnier