Amor, Palavra Prostituta

por Ruy Gardnier

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Orlando Parolini e Alvamar Taddei
Amor, Palavra Prostituta

Sobre Amor, Palavra Prostituta, a memória guarda as lembranças de um filme sombrio, de uma elegância e de um desespero jamais alcançados nos outros filmes de Reichenbach. Não à toa, o personagem principal lê Kierkegaard. Verdadeiro problema, a única cópia sem cortes de Amor, Palavra Prostituta encontra-se na França, restando no Brasil apenas uma cópia que o diretor pede que não seja exibida. Uma pena, já que mesmo cheio de cortes o filme tem um vigor impressionante.  Reichenbach reutiliza aqui a figura do outsider (dessa vez um intelectual) como exemplo ético. Primeiramente o filme se disfarça em luta entre o intelectual ocioso e o ignorante trabalhador; mas depois ele adquire a verdadeira grandeza no momento da troca de casais e atinge aquele patamar em que o cinema de Reichenbach é mestre: as relações humanas, uma fraternidade filmada de tão perto que ofusca.